quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
quinta-feira, 7 de dezembro de 2017
Nosso Mediador
A vinda de Cristo ao mundo teve um propósito
bem claro: ser o nosso mediador entre Deus e o homem. Aliás, Ele é Deus-homem. Como
Deus, Ele sempre existiu numa eterna e perfeita comunhão com o Pai e com o Espírito
Santo. Como homem ele nasceu de uma virgem por obra do Espírito Santo. Adão foi
o nosso primeiro mediador entre nós e Deus, mas fracassou miseravelmente,
quando comeu o fruto proibido, quebrando, assim, a lei de Deus. Então veio o
segundo Adão, Cristo que conseguiu atender às exigências da Lei cumprindo-a
assim em nosso lugar. Sendo assim, Ele é o nosso mediador. Vejamos o significado
de mediador: “Mediador é o cargo que determinado indivíduo executa como intermediário entre
duas partes distintas,
que normalmente se opõem. O mediador tem o papel de intervir na
comunicação entre as partes conflituantes, com o objetivo de chegar a um acordo ou
conciliação.”(Net). Sendo assim, o Senhor Jesus atende perfeitamente a esta função, visto
que entre nós e Deus existia uma oposição absolutamente irreconciliável. Deus é
santo e nós pecadores. Deus é perfeito e nós imperfeitos. Quem reconciliaria
assim dois inimigos tão distantes? Somente um Mediador perfeito. Adão não conseguiu
jamais. Então entrou em cena o último Adão, o perfeito Adão, o Filho de Deus. Para
isso Ele precisou deixar a Sua glória e habitar entre nós, cheio de graça e de
verdade (Jo 1.14), e morrer na amarga cruz. A Bíblia diz: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador
entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” (1Tm 2.5)
Quando alguém deseja se comunicar com o
prefeito ou o governador ou o presidente precisa ir primeiro ao secretário ou
ministro. Sem esse intermediário, e precisa ser um secretário ou ministro
legítimo, ninguém pode se quer conversar com o governante. Imaginemos o governante
supremo do universo, muito mais precisaremos de um mediador legítimo, idôneo! Imaginem-se alguém querendo falar com o Presidente da República por sua própria mediação ou
por intermédio do inimigo dele, nunca daria certo. Tem muita gente querendo o
favor de Deus pelos seus próprios esforços ou por sua própria mediação ou pela
intermediação dos inimigos (isto é, os santos) de Deus. Jesus e somente Jesus é
o Mediador entre Deus e nós. Aliás quem disse isso foi o própria Deus em sua
palavra: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe
nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.”(
At 4.12); “Porquanto há um só Deus e um só Mediador
entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” (1Tm 2.5) Como convencer a essa
geração corrompida pelo pecado da religiosidade cega que só existe um Mediador
entre Deus e os homens? Será que Deus não poderia nos dar outros mediadores se
quisesse? É claro que sim. Mas aprouve a Ele que somente Um seria o nosso Medianeiro.
Acreditamos que isso é Natal.
Edmilson Rios.
segunda-feira, 13 de novembro de 2017
Calvinismo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O calvinismo (também chamado de Tradição Reformada, Fé Reformada ou Teologia Reformada) é tanto um movimento religioso protestante quanto um sistema teológico bíblico com raízes na Reforma Protestante, iniciado por João Calvino em Genebra no século XVI.
A Tradição Reformada foi desenvolvida, ainda, por diversos outros teólogos como Martin Bucer, Heinrich Bullinger, Pietro Martire Vermigli e Ulrico Zuínglio. Apesar disso, a Fé Reformada costuma levar o nome de Calvino, por ter sido ele seu grande expoente. Atualmente, o termo também se refere às doutrinas e práticas das Igrejas Reformadas. O sistema costuma ser sumarizado através dos cinco pontos do calvinismo.
Calvinistas romperam com a Igreja Católica Romana, mas diferiam dos luteranos na doutrina sobre a presença real de Cristo na Eucaristia, Princípio regulador do culto , e o uso da lei de Deus para os crentes, entre outras coisas.
O termo calvinismo pode ser enganoso, pois a tradição religiosa que por ele é identificada sempre foi diversificada, com uma vasta gama de influências, em vez de um único fundador. O movimento foi chamado pela primeira vez calvinismo pelos luteranos que se opunham a ele, e muitos dentro da tradição preferem usar o termo Reformado para o descrever.
A maior associação reformada no mundo é a Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas com mais de 80 milhões de membros em 220 denominações de membros em todo o mundo. Outras organizações reformadas internacionais são a Fraternidade Reformada Mundial e a Conferência Internacional das Igrejas Reformadas.
História
A influência de João Calvino
João Calvino exerceu uma influência internacional no desenvolvimento da doutrina da Reforma Protestante, à qual se dedicou com a idade de 30 anos, quando começou a escrever a Instituição da Religião Cristã em 1534 (publicado em 1536). Esta obra, que foi revista várias vezes ao longo da sua vida, em conjunto com a sua obra pastoral e uma coleção maciça de comentários sobre a Bíblia, são a fonte da influência permanente da vida de João Calvino no protestantismo.
Para Bernardye Cotitretw, biógrafo de Calvino, o calvinismo é o legado de Calvino e torna-se uma forma de disciplina, de ascese, que raramente é levada ao extremo da teimosia. O calvinista é pois no extremo um profundo conhecedor da Bíblia, que pondera todas as suas ações pela sua relação individual com a moral cristã. O calvinismo é também o resultado de uma evolução independente das ideias protestantes no espaço europeu de língua francesa, surgindo sob a influência do exemplo que na Alemanha a figura de Martinho Lutero tinha exercido. O termo "calvinismo" foi aparentemente usada pela primeira vez em 1552, numa carta do pastor luterano Joachim Westphal, de Hamburgo.
A difusão da Fé Reformada
O calvinismo marca a segunda fase da Reforma Protestante, quando as igrejas protestantes começaram a se formar, na sequência da excomunhão de Martinho Lutero da Igreja Católica romana. Neste sentido, o calvinismo foi originalmente um movimento luterano. O próprio Calvino assinou a confissão luterana de Augsburg de 1524. Por outro lado, a influência de Calvino começou a fazer sentir-se na Reforma Suíça, que não foi luterana, tendo seguido a orientação conferida por Ulrico Zuínglio. Tornou-se evidente que a doutrina das igrejas reformadas tomava uma direção independente da de Lutero, graças à influência de numerosos escritores e reformadores, entre os quais Ulrico Zuínglio , João Calvino, Martin Bucer, William Farel, Heinrich Bullinger, Pietro Martire Vermigli, Teodoro de Beza, e John Knox.
Uma vez que tem múltiplos fundadores, o nome "calvinismo" induz ligeiramente ao equívoco, ao pressupor que todas as doutrinas das igrejas calvinistas se revejam nos escritos de João Calvino. O nome aplica-se geralmente às doutrinas protestantes que não são luteranas, e que têm uma base comum nos conceitos calvinistas, sendo normalmente ligadas a igrejas nacionais de países protestantes, conhecidas como igrejas reformadas, ou a movimentos minoritários de reforma protestante.
Nos Países Baixos, os calvinistas estabeleceram a Igreja Reformada Neerlandesa. Na Escócia, através da zelosa liderança do ex-sacerdote católico John Knox, a Igreja da Escócia foi estabelecida segundo os princípios calvinistas. Na Inglaterra, o calvinismo também desempenhou um papel na Reforma, e, de lá, seguiu com os puritanos para a América do Norte. Na França, os calvinistas, chamados de huguenotes, foram perseguidos, combatidos e muitas vezes obrigados ao exílio. Em Portugal, na Espanha ou na Itália, estas doutrinas tiveram pouca divulgação e foram ativamente combatidas pelas forças da Contrarreforma, com a ação dos jesuítas e da Inquisição.
O sistema teológico e as práticas da igreja, da família ou na vida política, todas elas algo ambiguamente chamadas de "calvinismo", são o resultado de uma consciência religiosa fundamental centrada na "soberania de Deus".
O calvinismo pressupõe que o poder de Deus tem um alcance total de atividade e resulta da convicção de que Deus trabalha em todos os domínios da existência, incluindo o espiritual, físico, intelectual, quer seja secular ou sagrado, público ou privado, no céu ou na terra. De acordo com este ponto de vista, qualquer ocorrência é o resultado do plano de Deus, que é o criador, preservador, e governador de todas as coisas, sem excepção, e que é a causa última de tudo. As atividades seculares não são colocadas abaixo da prática religiosa. Pelo contrário, Deus está tão presente no trabalho de cavar a terra como na prática de ir ao culto. Para o cristão calvinista, toda a sua vida é um culto a Deus.
De acordo com o princípio da predestinação, por causa de seus pecados,o homem perdeu as regalias que possuía e distanciou-se de Deus. O homem é considerado "morto" para as coisas de Deus e é dominado por uma indisposição para servir a Deus.
Só havia, então, uma maneira de resolver esse problema: o próprio Deus reatando os laços. Deus então, segundo a doutrina da predestinação, escolheu alguns dos seres humanos caídos para salvar da pecaminosidade e restaurar para a comunhão com ele. Deus teria tomado esta decisão antes da criação do Universo. Mas é claro que não é por causa de quaisquer boas ações que eles foram escolhidos: "porque pela graça sois salvos,mediante a fé, e isso não vem de vós; é dom de Deus; não vem de obras, para que ninguém se glorie". (Efésios 2.8,9)
Os cinco pontos do calvinismo (conhecidos pelo acróstico TULIP, referente às iniciais dos pontos em inglês) são doutrinas básicas sobre a salvação, definidas pelo Sínodo de Dort. São eles:
- Depravação total - Graça Soberana Necessitada
- Eleição incondicional - Graça Soberana Específica
- Expiação limitada - Graça Soberana Meritória
- Vocação eficaz - Graça Soberana Eficaz
- Perseverança dos santos - Graça Soberana Perseverante
O calvinismo também defende uma Teologia Aliancista e os sacramentos como meio de graça, Santa Ceia e Batismo, incluindo o Batismo infantil. Calvino na sua principal obra, as Institutas diz: "Eis aqui por que Satanás se esforça tanto em privar nossas criaturas dos benefícios do batismo; Sua finalidade é que se esquecermos de testificar que o Senhor tem ordenado para confirmar as graças que ele quer nos conceder pouco a pouco vamos nos esquecendo das promessas que nos fez a respeito disto. De onde não só nasceria uma ímpia ingratidão para com a misericórdia de Deus, mas também a negligência de ensinarmos nossos filhos no temor do Senhor, e na disciplina da Lei e no conhecimento do Evangelho. Porque não é pequeno estimulo sabermos que educá-los na verdadeira piedade e obediência a Deus. E saber que desde seu nascimento foram recebidos no Senhor e em seu povo, fazendo-os membros de sua igreja." (CALVINO, 1999, p. 1069.) O calvinismo deveria ser austero e disciplinado, ou seja: As pessoas não tinham direito a excessos de luxo, e conforto, sem esbanjamento matriana.
Doutrina
Revelação e as Escrituras
Teólogos reformados acreditam que Deus comunica conhecimento de si mesmo para as pessoas através da Sua Palavra. As pessoas não são capazes de saber nada sobre Deus, exceto através desta auto-revelação. A especulação sobre qualquer coisa que Deus não revelou através de sua Palavra não se justifica. Todavia, os calvinistas entendem que Deus é infinito , e as pessoas finitas são incapazes de compreender um ser infinito. Enquanto o conhecimento revelado por Deus nunca está incorreto, ele também nunca é completa.
De acordo com teólogos reformados, a auto-revelação de Deus é sempre através de seu Filho Jesus Cristo, porque Cristo é o único mediador entre Deus e as pessoas. A revelação de Deus através de Cristo vem através de dois canais básicos. O primeiro é a Criação e Providência, que é criar e continuar a trabalhar no mundo de Deus. Esta ação de Deus dá a todos o conhecimento sobre Deus, mas esse conhecimento só é suficiente para fazer todos os seres humanos culpados por seus pecados, porque ele não inclui conhecimento do Evangelho. O segundo canal através do qual Deus se revela é a redenção, que é o evangelho da salvação da condenação que é castigo pelo pecado.
Na teologia reformada, a Palavra de Deus assume diversas formas. O próprio Jesus Cristo é o Verbo encarnado. As profecias sobre ele dito ser encontrada no Antigo Testamento e do ministério dos apóstolos que o viram e comunicado a sua mensagem também são a Palavra de Deus. Além disso, a pregação dos ministros sobre Deus é a própria Palavra de Deus, porque Deus é considerado falando através deles. Deus fala também através de escritores humanos na Bíblia, que é composto de textos separado por Deus para a auto-revelação. Teólogos reformados enfatizam a Bíblia como um meio excepcionalmente importantes pelos quais Deus se comunica com as pessoas. As pessoas ganham conhecimento de Deus da Bíblia que não pode ser adquirida em qualquer outra forma.
Teólogos reformados afirmam que a Bíblia é verdadeira, mas as diferenças surgem entre eles sobre o significado e a extensão de sua veracidade. Seguidores da escola conservadora dos teólogos de Princeton, tais como a Igreja Presbiteriana do Brasil, Igreja Presbiteriana Nacional no México e Igreja Presbiteriana na América, consideram que a Bíblia é verdadeira e infalível, ou incapaz de erro ou falsidade, em todos os lugares. Este ponto de vista é muito semelhante ao do Catolicismo Ortodoxo, bem como o moderno Evangelicalismo. Um outro ponto de vista, influenciada pelo ensino de Karl Barth e a Neo-Ortodoxia, é encontrada na Confissão de 1967 da Igreja Presbiteriana (EUA). Aqueles que tomam este ponto de vista acreditam que a Bíblia é a principal fonte de nosso conhecimento de Deus. Neste ponto de vista, Cristo é a revelação de Deus, e as Escrituras testemunham a esta revelação ao invés de ser a própria revelação. A opinião conservadora tem prevalecido nas últimas décadas, na medida em que as igrejas que aderem a visão tradicional da Bíblia como Palavra de Deus, estão em crescimento, enquanto as igrejas que adotam a segunda visão, em declínio.
Pacto
Teólogos reformados usam o conceito de aliança para descrever a maneira como Deus entra comunhão com as pessoas na história. O conceito de aliança é tão proeminente na teologia reformada que a teologia reformada como um todo é às vezes chamada de "teologia da aliança". No entanto , teólogos do século XVI e XVII desenvolveram um sistema teológico particular chamado "teologia da aliança" ou "teologia federal" que muitas igrejas reformadas conservadoras continuam a afirmar nos dias de hoje. Esse sistema estabelece uma divisão sobre a relação de Deus com as pessoas principalmente em dois pactos: o pacto de obras e o pacto da graça. O pacto das obras é feito com Adão e Eva no Jardim do Éden, onde Deus proveria uma vida abençoada no Jardim com a condição de que Adão e Eva obedecessem à lei Divina perfeitamente. Como Adão e Eva quebraram o pacto ao comer o fruto proibido, eles ficaram sujeitos à morte, foram banidos do jardim e o pecado foi transmitido a toda a humanidade. Teólogos federais geralmente inferem que Adão e Eva teriam ganho a imortalidade caso tivessem obedecido perfeitamente.
O segundo pacto, chamado o pacto da graça, é dito ter sido feito imediatamente após o pecado de Adão e Eva. Nele, Deus graciosamente oferece a salvação da morte sob a condição de fé em Deus. Este pacto é administrado em formas diferentes em todo o Antigo e Novo Testamento, mas mantém a substância de ser livre de uma exigência de perfeita obediência.
Deus
Para a maior parte da tradição reformada não houve modificação do consenso medieval sobre a doutrina de Deus. O caráter de Deus é descrito usando principalmente três adjetivos:. Eterno, infinito e imutável. Teólogos reformados como Shirley Guthrie propuseram que em vez de conceber a Deus em termos de seus atributos e liberdade para fazer o que quiser, a doutrina de Deus deve ser baseado no trabalho de Deus na história e sua liberdade para viver com e capacitar as pessoas.
Tradicionalmente, teólogos reformados também seguiram a tradição medieval que remonta aos conselhos da igreja primitiva de Niceia e Calcedônia na doutrina da Trindade. Deus é afirmada a ser um Deus em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. O Filho (Cristo) é detido para ser eternamente gerado pelo Pai e o Espírito Santo procede eternamente do Pai e Filho. No entanto, os teólogos contemporâneos têm sido críticos de aspectos de pontos de vista ocidentais. Com base na tradição cristã oriental, estes teólogos reformados propuseram uma "Trindade Social", onde as pessoas da Trindade só existem em sua vida juntos como pessoas-em-relação. Confissões reformadas contemporâneos como o Confissão de Barmen e as declarações da Igreja Presbiteriana (EUA) têm evitado a linguagem sobre os atributos de Deus e têm enfatizado seu trabalho de reconciliação e de capacitação das pessoas. O Teólogo reformado conservador Michael Horton, no entanto, argumentou que o trinitarianismo social é insustentável porque abandona a unidade essencial de Deus em favor de uma comunidade seres de separados em comunidade.
Criação e Expiação
Teólogos reformados afirmam a crença cristã histórica de que Cristo é eternamente uma pessoa com uma natureza divina e uma natureza humana. Reformadores cristãos especialmente enfatizam que Cristo verdadeiramente se tornou humano para que as pessoas pudessem ser salvas. A natureza humana de Cristo tem sido um ponto de discórdia entre a cristologia Reformada e Luterana. De acordo com a crença de que os seres humanos finitos não pode compreender a Divindade infinita, teólogos reformados seguram que o corpo humano de Cristo não pode estar em vários locais ao mesmo tempo. Porque luteranos creem que Cristo é corpo presente na Eucaristia, eles sustentam que Cristo é corpo presente em muitos locais simultaneamente. Para os cristãos reformados, tal crença nega que Cristo realmente se tornou humano.
João Calvino e muitos teólogos reformados que o seguiram descrevem a obra da redenção de Cristo, em termos de três ofícios: profeta, sacerdote e rei . Cristo é dito ser um profeta em que ele ensina a doutrina perfeita, sacerdote em que ele intercede ao Pai em favor dos crentes e se ofereceu como sacrifício pelo pecado, e um rei em que ele governa a igreja e lutas em pelos crentes. O ofício tríplice vincula a obra de Cristo para a obra de Deus no antigo Israel.
Os cristãos acreditam que a morte de Jesus e ressurreição torna possível para os crentes alcançar o perdão dos pecados e reconciliação com Deus por meio da expiação. Reformadores protestantes geralmente inscrevem-se a uma visão particular da expiação chamado expiação substitutiva, o que explica a morte Cristo como um pagamento de sacrifício pelo pecado. Acredita-se que Cristo ter morrido no lugar do crente, que é considerado justo, como resultado desse pagamento sacrificial.
Pecado
Na teologia cristã, as pessoas são criadas boas e na imagem de Deus, mas se tornaram corrompidos pelo pecado, o que faz com que sejam imperfeitos e excessivamente auto-interessadas. Cristãos reformados, seguindo a tradição de Agostinho de Hipona, acreditam que este corrupção da natureza humana foi causada por causa do primeiro pecado de Adão e Eva, uma doutrina chamada Pecado original. Teólogos reformados enfatizam que este pecado afeta toda a natureza de uma pessoa, incluindo a sua vontade. Sob esta visão o pecado domina as pessoas de forma que são incapazes de evitar o pecado, tem sido chamado de depravação total. Em Português, o termo "depravação total" pode ser facilmente mal interpretada para significar que as pessoas estão ausentes de qualquer bondade ou incapazes para fazer qualquer bem. No entanto, o ensino Reformado na verdade é que, enquanto as pessoas continuam a suportar a imagem de Deus, podem fazer coisas que são exteriormente boas, mas suas intenções pecaminosas afetam toda a sua natureza e ações pelo que eles não são totalmente agradáveis a Deus.
Interpretação sociológica
Sociólogos como Max Weber e Ernest Gellner analisaram a teoria e as consequências práticas desta doutrina e chegaram à conclusão de que os resultados são paradoxais. Em parte explicam o precoce desenvolvimento do capitalismo nos países onde o calvinismo foi popular (Holanda, Escócia e Estados Unidos, sobretudo).
O calvinista acredita que Deus é Soberano em todas as coisas e portanto, o homem não tem participação alguma na própria salvação, logo, Deus predestinou os seus escolhidos para a salvação, uma vez que, a humanidade após o pecado não teria condições de se voltar ao Criador por estarem mortos em seus pecados e delitos. O calvinista não tem dúvidas de sua salvação, e nem por isso se acham um grupo seleto, pelo contrário, o calvinismo atuou de forma forte na reforma protestante levando o evangelho para todas as pessoas. Cabe apenas a Deus o saber de todas as coisas e de quem são seus eleitos, os calvinistas seguem as Escrituras e prega a todos e seguem o mandamento do Senhor Jesus de pregar o evangelho.
Sendo um bom cristão, trabalhando muito, seguindo sempre todos os princípios bíblicos, o calvinista faz tudo para a glória de Deus. Com essa cosmovisão, por meio do trabalho a sociedade se desenvolveu economicamente fazendo com que houvesse uma ligação com o capitalismo.
Os Holandeses, os Escoceses e os Americanos ganharam, então, a fama de serem sovinas, pouco generosos, interessados apenas no dinheiro. Estas características são na vida moderna quase um dado adquirido em qualquer cultura, mas nos tempos da Reforma Protestante, o calvinismo terá instituído uma nova e revolucionária forma de relação com a riqueza.
Ocorre que o uso dos ideais calvinistas para o alavancar da sociedade capitalista é equivocadamente relacionado a ideais capitalistas intrínsecos ao calvinismo. Calvino em sua obra afirma que a riqueza não tem razão de ser se não para ajudar aos que necessitam, e critica a avareza ao dizer que o fruto do trabalho só é digno se útil ao próximo:
"Da mão de Deus tens tu o que possuis. Tu, porém, deverias usar de humanidade para com aqueles que padecem necessidades. És rico? Isso não é para teu bel prazer. Deve a caridade faltar por isso? Deve ela diminuir? Não está ela acima de todas as questões do mundo? Não é ela o vínculo da perfeição?"
"Condena o Profeta a estes ladrões e assaltantes que lhe parecia deterem o poder de oprimir a gente pobre e o pequeno trabalhador, uma vez que eram eles que tinham grande abundância de trigo e grãos;... é o mesmo como se cortassem a garganta dos pobres, quando os fazem assim sofrer fome."
Mas o calvinismo se espalhou pelos países que estavam passando pelo processo da Expansão Comercial. Entre eles os países eram: França, Holanda, Inglaterra, e Escócia. Isto atraíra vários comerciantes, e banqueiros.
Demografia
Um relatório 2011 do Pew Forum on Religious e Vida Pública estima que os membros de igrejas reformadas e presbiterianas (dois maiores ramos do calvinismo) representam 7% dos cerca de 801 milhões de protestantes no mundo, ou cerca de 56 milhões de pessoas. Embora a fé reformada amplamente definido é muito maior, uma vez que constitui congregacionais (0,5%), a maioria das igrejas unidas (sindicatos de diferentes denominações) (7,2%) e, provavelmente, algumas das outras denominações protestantes (38,2%). Todos os três são categorias distintas de Presbiterianos/Reformados (7%) neste relatório.
A família reformada de igrejas é uma das maiores denominações cristãs. De acordo com adherents.com os reformados/presbiterianos/congregacionais/ igrejas unidas representam 75 milhões de crentes no mundo.
sexta-feira, 20 de outubro de 2017
ADORAÇÃO REFORMADA
POR: Dr. David Murray
João 4. 21-24
Muitos crentes e igrejas, em todo mundo, estão
redescobrindo a verdade a respeito da adoração reformada. Isso é uma
providência maravilhosa da parte de Deus, mas na maioria das vezes essa verdade
reformada se limita apenas à doutrina da salvação. Em outras palavras a reforma
estancou no ponto referente às doutrinas da graça e não foi além, não progrediu
para outras áreas, como por exemplo, a vida cristã e o culto cristão. Isto na
verdade não é uma reforma plena porque a reforma verdadeira e plena atinge
todas as áreas da plenitude e da vida dos cristãos e da Igreja. Quero falar
sobre o tópico da necessidade de se trazer reforma para toda a área que diz
respeito à adoração. Gostaria de tratar de três áreas deste tema. Na primeira
gostaria de tratar da história da reforma da adoração. Em segundo
lugar, do regulamento da adoração bíblica, e em terceiro lugar
tratar das razões para termos uma adoração bíblica.
Quando os reformadores redescobriram o evangelho
bíblico, eles também perceberam a necessidade da redescoberta da adoração
bíblica. Quando perceberam a salvação em termos de glorificar a Deus, nos
termos da centralidade de Deus, então perceberam que a adoração resultante
disso também deve ser uma adoração centrada em Deus e que glorifique a Deus.
Eles viam tantas coisas e acréscimos humanos colocados na adoração a Deus como
os altares, vestimentas, velas, outros sacramentos, incensos, etc. e para
retornar a uma adoração centrada em Deus eles tinham de jogar fora todos
aqueles acréscimos humanos. Martinho Lutero iniciou este processo.
Zuínglio, Martin Bucer e Calvino continuaram depois dele. Cada um deles ia jogando
fora mais e mais aquilo que pertencia à imaginação humana e trazendo mais e
mais aquilo que era centrado em Deus. Eles entenderam que nesta área da
adoração, a melhor forma de se centralizar em Deus era se centrando na Palavra.
Quando eles jogaram fora tudo que era feito pelo homem, isso deixou um vácuo a
ser preenchido. Dentro deste vácuo eles tinham de colocar a adoração centrada
na Palavra de Deus.
Vamos inicialmente focalizar esta área dos cânticos
de louvor. A Reforma passou por dois estágios na reforma dos cânticos na
Igreja. Em primeiro lugar, Lutero foi o pai do cântico congregacional. Ele viu
que por mais de mil anos na Igreja os cânticos estavam nas mãos dos corais, dos
monges e das freiras e não nas mãos do povo de Deus. Uma das primeiras coisas
que Martinho Lutero fez em 1524 foi introduzir na Igreja o uso do hinário.
Lutero deu de volta ao povo de Deus o cântico congregacional. Eles não
precisavam mais vir ao culto vendo-o apenas como uma forma de performance, mas
eles vinham para participar. A segunda etapa foi com Calvino. Lutero restaurou
o louvor congregacional, mas Calvino restaurou a cântico bíblico. Calvino via
que na igreja primitiva, início do Novo Testamento, a igreja cantava os salmos.
Ele percebeu que o coração não apenas deve ser guiado pela Bíblia, mas que a
adoração deve ser repleta de Bíblia e que o cântico na adoração bíblica não
precisa apenas ser guiado pelos princípios bíblicos, mas deveria ser cheio de
conteúdo bíblico. Então, Calvino reintroduziu o saltério na igreja de Cristo.
Para Calvino a adoração a Deus deveria ser o encontro com a Palavra, a leitura
da Palavra, a pregação da Palavra, o cântico da Palavra. Tudo tinha de ser
centralizado na Palavra de Deus. Esta é uma breve história da reforma do culto
bíblico.
II) A Regulamentação da Adoração Bíblica
Todo cristão tem alguma regulamentação acerca da
adoração. Todo crente coloca uma “linha” (limite) em algum lugar no culto. De
um lado da linha há uma adoração aceitável e do outro lado da linha uma que é inaceitável.
Todos nós estamos de acordo que existem algumas coisas que são boas para o
culto e outras que não devem existir no culto. A única questão é: Como e onde
vamos colocar esta “linha” demarcatória? Qual a regra que vamos seguir para
saber qual é o aceitável e o inaceitável? Deixe-me dar algumas regras que são
usadas em nossos dias. Todos nós temos alguma destas regras.
a) O Passado. “Sempre foi assim!”. E se foi
suficiente para as pessoas do passado, será bom para nós também hoje. Nossos
pais adoraram assim então nós adoraremos assim. Dessa forma o passado é a regra
para o presente.
b) A Preferência. É a regra do que eu gosto,
do que eu quero e do que eu acho agradável. Eu gosto assim; eu me sinto bem com
isso; isso está de acordo com minha personalidade. É a minha preferência.
c) Pragmatismo. Funciona, atrai pessoas e é
popular? Então, vamos fazer assim! Não fazer de outra forma porque isso não
seria popular e não atrairia as pessoas. Assim, nossa regra é o pragmatismo: o
que funciona.
d) Proibição. Tudo é permitido desde que não
seja explicitamente proibido na Palavra de Deus. Esse foi o princípio que
Lutero usou. Ele basicamente disse: Se a Bíblia não proíbe as velas, então
podemos usá-las e assim por diante. Então, se não houver uma clara proibição,
podemos fazer. A Bíblia não proíbe em nenhum lugar a dramatização no culto,
então pode-se usar o drama, o teatro e assim por diante.
Eu diria que estas são as quatro regras mais usadas
hoje pelas pessoas para saber o que devem fazer no culto. Mas a pergunta a ser
feita é: isso é Bíblico? A resposta é: Não! Então, qual é a regra bíblica? É a
regra usada por Calvino que a descobriu na Palavra de Deus: Somente aquilo que
é ordenado na Bíblia deve ser permitido no culto a Deus. Verdadeira adoração é
adoração ordenada nas Escrituras conforme a vontade de Deus. Se não for
ordenado, não é autorizado. A Bíblia ordena dramatização, teatro, no culto?
Não. A Bíblia ordena o uso de velas? Não. A Bíblia ordena o uso de vestimentas
clericais? Não. Então, temos aqui a regra mais radical de todas. É o Princípio
Regulador. Mas, de certa forma nós podemos dizer que todas aquelas regras são
“princípios reguladores”. Todas elas regras regulam o culto. Então, todos nós
temos algum tipo de princípio regulador. Então a pergunta é: Será que este
nosso princípio regulador é o Princípio Regulador da Bíblia? O Princípio
Regulador bíblico, como podemos demonstrar, é a prescrição. Somente
aquilo que foi ordenado é permitido. Quando estamos considerando nossa
adoração, é esta a pergunta que devemos fazer: Deus ordenou isso? Não devemos
perguntar: Ele proibiu isso? Isso foi sempre feito assim? Gostamos disso?
Também não devemos perguntar, “isso funciona?”. E assim por diante.
Por que Deus fez assim com o culto? Em parte é porque
temos corações pecaminosos e corruptos. Nossos corações não são confiáveis! E
não podemos confiar em nossos corações para acharmos a forma correta de adorar
a Deus. Por isso Deus nos deu direcionamento suficiente para que sigamos. E
este direcionamento é uma direção externa a nós. Deus tem o direito de decidir
como Ele mesmo quer que seja adorado. Pense no presidente do Brasil. É ele que
decide como funciona seu governo, como as pessoas devem se aproximar dele. Ele
decide o cerimonial para receber as pessoas. Se nós desejamos agradá-lo, então
vamos seguir tudo aquilo que ele determinou. E se os governadores humanos fazem
assim, quanto mais o Rei dos Reis e o Senhor dos Senhores. De onde tiramos isso
na Bíblia?
Vejamos em Levítico 10.1-3:
“Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram
cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e
trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR, o que lhes não ordenara.
Então, saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o
SENHOR. E falou Moisés a Arão: Isto é o que o SENHOR disse: Mostrarei a minha
santidade naqueles que se cheguem a mim e serei glorificado diante de todo o
povo. Porém Arão se calou” (Lv 10.1-3).
Vejamos aqui a frase-chave, no final do v. 1: “o
que lhes não ordenara”.
Estes homens eram religiosos e adoradores; tinham
boas intenções e provavelmente eram sinceros, mas fizeram o que não havia sido
ordenado por Deus.
E também em 1 Crônicas 15.13:
“Pois, visto que não a levastes na primeira vez,
o SENHOR, nosso Deus, irrompeu contra nós, porque, então, não o buscamos,
segundo nos fora ordenado”.
Lembramos que aqui Davi e o povo de Israel tentaram
levar a arca da aliança e isto era uma coisa boa; estavam com muita
sinceridade, tinham boa motivação. Mas eles não fizeram segundo as ordenanças
de Deus. Por isso, quando Uzá tentou tocar na arca, Deus o matou. Assim eles
disseram: “não o buscamos, segundo nos fora ordenado”. Podemos ver a
mesma coisa com o Rei Jeroboão e o Rei Uzias que foram castigados por terem
adorado a Deus de uma forma que Ele não tinha ordenado. Deus tem nos dado
muitas advertências sobre o que Deus nos fará se não respeitamos aquilo que Ele
tem definido. Quando nós realmente abraçamos este princípio de que somente
aquilo que Deus tem ordenado é legítimo no culto, o que sobra?
A Confissão de Fé de Westminster inclui estes dois
versículos citados, no 2º Mandamento da Lei e no Capítulo XXI, I (Do Culto e do
Dia de Repouso) afirma:
“Mas a forma aceitável de cultuar o Deus
verdadeiro é instituída por sua própria vontade revelada, de modo que ele não
pode ser cultuado segundo as imaginações e invenções humanas, nem segundo as
sugestões de Satanás, sob alguma representação visível, ou por qualquer outra
forma não prescrita na Sagrada Escritura” (CFW).
Veja o que lemos aqui. Nós não podemos adorar a
Deus usando ídolos ou qualquer outra forma não ordenada na Palavra. Mas alguém
poderia dizer; “Eu nunca iria adorar a Deus com ídolos”, mas aqui a Confissão
de Fé de Westminster reúne o ensino bíblico sobre este assunto e diz que
qualquer adoração que não encontra prescrição ordenada por Deus na Palavra, é
idolatria. Não é que você está adorando ao Deus errado, mas a questão é
que você está adorando a Deus de forma errada; de uma forma não ordenada nas
Sagradas Escrituras. Então, podemos usar isso também na área do louvor, nos
cânticos, porque podemos aplicar este princípio a todas as áreas do culto. Do
início até o fim, Deus tem ordenado esta área ou aquela; Ele ordena isto e
aquilo. E nos cânticos de louvor, o que Deus nos ordenou a usar? Segundo o
pensamento dos reformadores, Deus nos ordenou o cântico dos Salmos. No Velho
Testamento temos exemplos dos Salmos sendo cantados, mas também no Novo
Testamento. Por exemplo, Colossenses 3.16 ― “Habite, ricamente, em vós a
palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria,
louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em
vosso coração”e Efésios 5.19. À primeira vista, vendo estes versículos você
pode dizer: “Então eu posso cantar não apenas Salmos, mas outros cânticos
também”. Temos duas coisas a dizer em resposta a esta afirmação:
1) Os títulos dos Salmos do Velho Testamento
Primeiro, vejamos os títulos dos Salmos do VT. Eles
são traduzidos em grego (na Septuaginta) usando estes três títulos colocados
nestes versículos citados. Quando Paulo está falando deste cantar os “salmos,
cânticos e hinos espirituais”, ele está se referindo ao livro de Salmos que
contém “salmos, hinos e cânticos espirituais”. Esta expressão, “cânticos
espirituais”, significa cânticos do Espírito Santo ― Cânticos inspirados pelo
Espírito Santo. Pelos títulos dos Salmos, nós entendemos que Paulo está
dizendo: “Salmos, Salmos e mais Salmos”.
2) Exemplo do Novo Testamento
A segunda coisa é o exemplo que temos no NT. Por
exemplo, Mateus 26.30: “E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das
Oliveiras”. Veja: “... tendo cantado um hino”. Aqui Jesus
estava sentado com seus discípulos na última Ceia Pascal e na primeira mesa da
Santa Ceia.
Mais uma vez hino, no grego,
significa Salmo. Naquela época, esta era uma prática bem conhecida na igreja
judaica. Quando os judeus estavam celebrando a páscoa, eles cantavam os hinos
pascais. Esses hinos pascais nós os encontramos dos Salmos 113 ao 118. Jesus
cantou com seus discípulos estes hinos. Um comentarista disse que o canto
destes Salmos de Hallel, por Cristo e seus discípulos na noite da Sua traição,
marca o momento no qual o saltério passa da antiga dispensação para a nova
dispensação, porque acompanhou a última celebração da páscoa e a primeira
celebração da Santa Ceia do Senhor. Neste versículo Jesus está dizendo que
estes mesmos Salmos do Antigo Testamento são adequados e suficientes no Novo
Testamento.
Então, como vimos antes, no Velho Testamento nós
temos prescrição e exemplo. Mas também no Novo Testamento nós temos prescrição
e exemplo. Vemos, portanto, como os reformadores restauraram o Princípio
Regulador do culto. Sendo assim, o culto precisa ser algo ordenado hoje.
Recentemente li uma citação de Ray Lanning que é um
perito reformado neste assunto de culto e ele dizia: “Das muitas mudanças
implementadas pelos reformadores, nenhuma foi mais dramática do que a mudança
do culto público”. Calvino disse: “Todo serviço a Deus que é inventado pelo
cérebro do homem na religião de Deus sem o Seu expresso mandamento é
idolatria”. Estas palavras são bem sérias.
III) As Razões do Culto Bíblico
Por que tudo isso é importante? Por que estamos
enfatizando estas coisas? Por que Deus deseja assim?
1º) Primeiro, porque seguindo este padrão bíblico,
conseguiremos ter simplicidade. Todas as decisões sobre o que deve
existir no culto se tornam tão simples. Não importa quantas pessoas, sejam elas
jovens ou velhas, cheguem dizendo: “Esta é uma idéia ótima para o culto”. Nós
não precisamos consultar o passado, não precisamos perguntar se isso vai ser
popular, não precisamos perguntar se isso vai funcionar, não é necessário
procurar na Bíblia para ver se há uma provisão, mas simplesmente perguntar:
“Isso foi ordenado? Isso é requerido?”. Simplicidade! Realmente isso iria
simplificar de forma impressionante os cultos de adoração nas igrejas.
2º) Um segunda razão é a espiritualidade.
A igreja Católica Romana chegou a ter um sistema de culto tão complexo que o
povo ficava vendo apenas aquilo que é externo na adoração. Eles esqueceram que
Deus quer ver nosso coração e que é necessário que o culto seja espiritual.
Quanto mais tornamos complexo nosso culto, mais externo, mais exterior ele se
torna. Mas se tiramos tudo que apela aos nossos olhos e nossos sentidos, nossa
visão, nosso tato, então chegarem a ter algo bem simples. Assim podemos no
focar no coração e não naquilo que está lá fora. Por isso os reformadores
pintaram de cal todas as igrejas, por dentro e por fora. Tiraram todas as
janelas com seus vitrais coloridos; aboliram todas as vestimentas clericais;
todos os incensos e sinos; tudo que impressionava os olhos. “Vamos simplificar”,
eles disseram “para que o povo possa novamente adorar de coração. Isso melhora
a espiritualidade”. Já participei de reuniões onde a adoração foi tão
extravagante, impressionante aos olhos e aos ouvidos. De fato isso tem sido
demasiado para ser provado, vivenciado. Nestas adorações os sentidos têm sido
tão estimulados que nos faz perguntar se aqui está sendo realizado um culto que
parte do coração.
3º) A terceira razão é a unidade. Qual
é a conseqüência quando as pessoas estão seguindo várias regras quanto ao
culto? A consequência é a divisão da igreja de Cristo! Cada
igreja faz aquilo que agrada aos seus próprios olhos. Um dia você entra em uma
igreja, outro dia em outra igreja, e percebe uma diferença enorme entre elas.
Uma diferença tão grande que estas igrejas nunca chegarão a se reunir para
adorar juntas. Todas aquelas regras não bíblicas têm levado a Igreja às
chamadas guerras litúrgicas. Imaginemos se todas as igrejas no Brasil fechassem
as suas portas e tivessem uma reunião a portas fechadas. Dissessem: “Vamos
abrir a Bíblia e, baseados na Palavra de Deus, vamos decidir o que Deus ordena
para estar presente em nossos cultos; se acharmos alguma coisa que é ordenada
na Bíblia, isso estará presente; se não acharmos uma ordenança para determinada
coisa, isso fica fora”. Não temos dúvida de que muitas coisas seriam colocadas
fora. Mas, imaginemos se depois dessa decisão as portas fossem abertas e todos
se reunissem para adoração uma conjunta. Todos eles estariam na “mesma página”.
Talvez isso requeresse algum tempo, mas todos chegariam ao mesmo ponto. Isso
uniria as igrejas de forma extraordinária e impressionante. Impressionaria o
mundo, também. Isso impactaria o mundo mais do que nossas divisões estão
fazendo.
4º) Uma quarta razão é a glória de Deus.
Se nós dissermos: “Nós não somos confiáveis para dizer o que é apropriado para
o culto; só Deus tem o direito de dizer o que é legítimo na adoração e eu me
submeto a tudo aquilo que Ele ordena”. O que isso diz? Diz que Deus esteja em
seu trono e eu esteja no pó! Isso dá a Deus o seu direito e nos torna seus
servos. Assim Deus é glorificado.
Mais uma vez vamos nos focar apenas nos Salmos.
1) Podemos cantar os Salmos a Cristo.
Quando lemos a palavra “Deus” ou “Senhor” ou “Rei”, nos Salmos, podemos cantar
estas coisas a Cristo o Senhor, Cristo o Rei. Seus títulos e seus nomes se
acham em todos os Salmos. Cristo o Criador, Cristo o Provedor, Cristo o Guia,
Cristo o Defensor, e assim por diante... Então cantaremos estes Salmos de uma
forma trinitariana.
2) Em segundo lugar podemos catar os
Salmos de Cristo (acerca de Cristo). Quantos salmos estão
profetizando sobre a vinda de Cristo a este mundo? Fiz uma lista rápida. Veja o
Salmo 45:6 que fala da divindade de Cristo; Salmo 2:7 que diz que Ele é o Filho
eterno; Salmo 8:5 que fala da encarnação de Cristo; os ofícios de Cristo como
mediador, Salmo 40:9-10 e Salmo 110:4; Salmo 41:9, que fala da traição do
Senhor; o julgamento de Cristo, Salmo 35:11; a rejeição de Cristo, Salmo
22:6; o sepultamento e rejeição de Cristo, Salmo 16: 9-11; a ascensão de
Cristo, Salmo 47:5; a segunda vinda de Cristo, Salmo 50:3-4. Mas de fato Cristo
não está nos Salmos, não é? Está ou não está? Muitos têm a vista curta. Todos
os Salmos que estamos entoando, cantam Cristo. Nós cantamos a Cristo e nós
cantamos de Cristo.
3) Em terceiro lugar cantamos por meio de
Cristo. Quando estamos oferecendo um culto a nosso Deus, devemos oferecê-lo
pela mediação de Cristo.
4) Em quarto lugar cantamos com Cristo.
Que hinário Cristo usava quando neste mundo? Ele usava o livro de Salmos. Isso
era o maná da Sua alma. Esses foram os salmos, os cânticos que sua mãe o
ensinou a cantar. Foram os cânticos que Ele tinha na memória quando estava na
Sinagoga; foram estes os cânticos que gradativamente lhe revelavam todas as
implicações do seu trabalho como Mediador. Portanto, vemos que em momentos
críticos e importantes de sua vida, estes Salmos surgem em seu coração. Estes
Salmos edificavam sua própria alma. O primeiro Salmo que uma mãe judaica
ensinava a seu filho era aquele que dizia: “Em tuas mãos entrego o meu
espírito”. Quais fora as últimas palavras que saíram da boca de Jesus? Veja
o salmo 22 e o 69. Eles nos revelam tudo que estava se passando na mente e no
coração de Jesus quando ele estava morrendo. Os Evangelhos nos revelam e
relatam muitas coisas dos sofrimentos externos de Cristo, mas não chegam a nos
informar aquilo que estava se passando no seu coração. Mas os Salmos nos
informam disso. Mil anos antes do evento da morte de Jesus estes Salmos profetizam
e nos predizem os pensamentos, temores e desejos que encheram o coração de
Jesus. Então, quando estamos cantando os Salmos guardemos em nossas mentes o
fato de que Cristo cantava estes Salmos, meditava neles. Onde e quando Cristo
cantou estes Salmos? Como Ele cantou estes Salmos? Você não teria muito prazer
e gozo em ouvir o próprio Cristo cantando estes Salmos? Por exemplo, não seria
prazeroso ouvi-lo cantando as palavras do Salmo 118.17-19?
“Não morrerei, mas viverei; e contarei as obras
do SENHOR. O SENHOR me castigou muito, mas não me entregou à morte. Abri-me as
portas da justiça; entrarei por elas, e louvarei ao SENHOR”.
Veja o Salmo 69. 19-21:
“Tu conheces a minha afronta, a minha vergonha e
o meu vexame; todos os meus adversários estão à tua vista. O opróbrio partiu-me
o coração, e desfaleci; esperei por piedade, mas debalde; por consoladores, e
não os achei. Por alimento me deram fel e na minha sede me deram a beber
vinagre”.
São palavras muitíssimo emocionantes. Procure
pensar em Cristo cantando estes cânticos no culto doméstico e em particular.
Lemos de Cristo saindo à noite para o deserto para orar e clamar a seu Pai. Não
teria Ele usado destas palavras em seus lábios santos? Não teria cantados todos
estes cânticos com todo sentimento e paixão? Jesus cantava aquilo que Ele mesmo
iria experimentar. Como Ele os cantou? Quando Ele os cantou? Ele era o salvador
dos Salmos. Que privilégio podermos tomar estes mesmos cânticos em nossos
lábios e podermos cantar com Cristo como Ele cantou. Ele cantou assim e nós
cantamos também. Nós cantamos a Ele, nós cantamos Dele,
cantamos por meio Dele e com Ele.
Deixe-me encerrar com algumas colocações finais:
1) Por que fazemos o que fazemos? Qualquer que seja
o modo de nosso culto é preciso que entendamos o porquê estamos fazendo assim.
Não é suficiente dizermos que sempre foi feito assim ou que todo mundo faz
assim ou que nos agrada fazer assim, porque isso não é uma defesa contra a
corrupção do nosso coração. A única defesa contra a corrupção do nosso culto é
o seguinte: Isto Deus tem nos ORDENADO! Segure, entenda, examine e aplique este
princípio e seja capaz de defender toda a parte da sua adoração à luz deste
princípio.
2) Adore de verdade. Uma coisa é dar uma palestra
sobre adoração. Uma coisa é lermos muitos livros sobre adoração, e pode se
tornar até um perito no assunto de adoração. Mas você sabe adorar? Você se
dobra a Deus? Em sua vida há uma adoração real, de coração a coração, ao seu
amado Salvador?
3) Vamos ter a coragem de fazer uma reforma em
nosso culto se assim for necessário. Lembram-se do que Jesus disse em Mateus
15.8-9: “Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios,
mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas
que são preceitos dos homens”. Notem que não são os preceitos de Deus, mas
de homens. Ele diz: “em vão me adoram”. Então, vamos ter a coragem de
fazer uma reforma na adoração.
4) Vamos tentar persuadir outras pessoas. É esta a
palavra correta: PERSUADIR. Mas não vamos agir de forma a destruir igrejas, mas
vamos usar de gentileza, de forma sábia, gradativa, tentando ganhar as pessoas,
tendo paciência com elas porque por muitas vezes elas foram abençoadas com
outros hinos e corinhos em suas vidas. Você não deve esperar que de uma forma
súbita elas entendam tudo isso, mas de uma forma gradativa, introduzindo mais e
mais um culto bíblico. Um puritano, William Romaine, disse: “Eu sei que esta
adoração é um ponto que dói, por isso eu vou tocar nele de uma forma muito
delicada, com a maior gentileza que eu posso, na esperança de fazer algum bem”.
Ninguém se achega a um ferimento para traumatizá-la no intuito de curar. Mas
vai como uma mãe ou uma amável enfermeira, com muita habilidade e cuidado
limpando e cuidando lentamente. Mantenha sempre na mente o grande propósito:
Não apenas uma igreja pura e purificada, mas uma igreja unida e cheia de amor.
Existem duas formas eficazes para se persuadir e
que são muito melhor do que todas as palestras que você possa dar: (1) Cante os
Salmos com alegria no coração. (2) Se você é pastor pregue os Salmos. Se olhar
para trás, para a história do culto bíblico, a época quando os Salmos caíram em
desuso, essas épocas também coincidiram com o momento quando não se tinha a
pregação de Cristo nos Salmos. Quando você estiver pregando Cristo nos Salmos
será muito mais fácil persuadir o povo a cantar os Salmos para Cristo.
5) Em último lugar. Toda nossa adoração deve ser
uma antecipação do céu. Deve ter um sabor do céu vindouro. Esse é o grande fim
da adoração, nos levar ao céu e até trazer o céu até nós. Naquele dia quando
não haverá mais nenhuma divisão e nenhum argumento restará e todo propósito da
adoração aqui na terra deve ser para nos dá um pequeno sabor do céu vindouro.
Esperamos e oramos que esta seja nossa experiência.
Transcrição da palestra proferida por Dr. David
Murray na Sala de Leitura da CLIRE e do Projeto Os Puritanos em Recife e repetida
no Simpósio Os Puritanos em Maragogi/AL/2009
Perguntas e respostas feitas após a palestra em
Recife
1ª Pergunta:
Na Bíblia existem outros cânticos. O de Maria, o de
Ana, o de Simeão, nas cartas de Paulo, em Apocalipse e outros locais. Muitos
argumentam contra Salmodia exclusiva afirmando que estes hinos eram cantados, e
não eram Salmos. O que dizer deste argumento?
Resposta: É sempre bom, em todas as áreas da vida,
começar com um princípio e depois tratar dos casos mais difíceis. Por exemplo,
o caso do aborto. Muitas pessoas começam este tema com os casos mais difíceis
como incesto e estupro e concluem que devemos praticar aborto livre. Eles não
começam com o princípio e, à luz do princípio, olhar para os casos mais
difíceis. Então, a primeira pergunta é: Isto é um princípio bíblico? Se for,
então devemos começar por isto e depois olhar tudo à luz deste princípio, olhar
os casos mais difíceis à luz deste princípio. Não devemos olhar para os casos
difíceis e jogar fora o princípio. Como nós devemos ver estes cânticos que as
pessoas alegam serem cânticos das Escrituras e que não são Salmos? Primeiro, eu
acho que muitos dos cânticos que as pessoas alegam serem cânticos nem são
cânticos. Por exemplo, em Filipenses 2, nada indica que seja um cântico, apenas
os comentaristas dizem que é um cântico. Em segundo lugar, o cântico de Maria e
o cântico de Simeão, foram realmente cânticos de louvor inspirados, mas nunca
foram usados no louvor público a Deus. O princípio do qual estamos mencionando
fala do culto público, onde Deus é adorado de uma forma organizada e formal.
Este princípio não diz que as pessoas, em seus momentos devocionais
particulares, não possam cantar cânticos de louvor a Deus que surgem de seus
próprios corações. Não há evidência de que os cânticos de Maria e Simeão tenham
sido usados de uma forma geral na igreja primitiva. Há uma ou duas evidências
do uso do cântico de Maria na literatura da igreja primitiva, mas considerando
a grande quantidade de literatura existente, isso não é considerado como
menção.
2ª Pergunta:
O que dizer de pastores que usam o livro de
Apocalipse e o louvor no céu como modelo de louvor para nós hoje na igreja?
Apocalipse é um princípio que devemos usar?
Resposta: Aqui há uma diferença grande. Há uma
diferença entre o céu e nós. Isso é um pecado. O que é seguro para ser
permitido no céu, talvez não seja seguro para ser permitido aqui na terra. Se
no céu só existe santos perfeitos e glorificados, é muito mais seguro dar a
eles liberdade para cantar o que eles desejam. É muito mais seguro dar
liberdade a eles no céu do que a nós na terra. Se nos for dada esta liberdade a
nós que temos corações pecaminosos, veremos exatamente o que é evidente no
mundo inteiro. Esta é uma diferença muito grande e sem paralelo.
3ª Pergunta:
Qual o princípio que está por trás do uso de
trechos da Escritura para fazer cânticos de louvor? Devemos ver isso como fogo
estranho?
Resposta: Tenho duas respostas que desejo dar a este
tipo de pergunta. Em primeiro lugar, a Bíblia contém cânticos que Deus nos deu
para que cantemos. E todo o resto está lá para lermos e pregarmos. Mas o
preceito, tanto no VT como NT, é o cântico dos salmos. Então, se apenas algumas
partes das sagradas Escrituras nos foram dadas para cantarmos, isso não
significa que todas as partes das sagradas Escrituras nos foram para cantarmos.
Então, é fogo estranho cantarmos o cântico de Maria no culto público? Acho que
devemos ver as coisas de uma forma escalonada (gradação). Por exemplo. Vejamos
o caso do homicídio. Matar alguém é errado. Mas se você mata cem pessoas, isso
é bem pior e matar mil pessoas é mais grave ainda. Aos olhos de Deus algumas
coisas são vistas de forma mais grave do que outras. Vejamos nossas roupas. Umas
das recomendações da Bíblia é a modéstia no trajar. Vejamos uma escala. De um
lado da escala há uma pessoa que se veste perfeitamente modesta, e do outro
lado da escala há alguém que nem vestiu qualquer roupa, mas entre estas duas
pessoas há alguém que está no meio. Vendo isso, vamos considerar a questão do
culto. De um lado há um culto perfeito e nenhum de nós chegou a este ponto
nesta terra. Então, vamos na direção da escala da perfeição. Mas do outro lado
temos o bezerro de ouro ou o lado de Nadabe e Abiú: fogo estranho.
Há um espectro muito grande entre os dois extremos.
Todos nós estamos em algum lugar nesta escala e estamos tentando nos aproximar
mais e mais do culto perfeito. O fato de você não chegar do lado perfeito da
escala, isso não significa que seja fogo estranho. Eu teria muita relutância em
usar esta terminologia. Mas onde eu teria uma preocupação a enfatizar é que se
você realmente souber o que é errado e mesmo assim faz e continua a fazer, isso
é muito grave. Muitas pessoas estão, por ignorância, não tão adiantadas nesta
escala e eu não devo me aproximar destas pessoas e dizer: é fogo estranho.
Devemos de uma forma gentil, sábia, num primeiro tempo, tentar empurrar no
sentido da perfeição e chamar outros a fazer o mesmo. Há casos difíceis. Se eu
tivesse dado esta palestra na Escócia ou nos Estados Unidos eu teria recebido
as mesmas perguntas.
Todos nós sabemos quais os casos difíceis. Mas não
devemos deixar estes casos difíceis nos desviar a atenção da necessidade maior
de aplicar os princípios bíblicos.
4ª Pergunta:
Quando nos convidam a visitar uma igreja que tem um
culto que não é bíblico, do que devemos participar? Como participar dos hinos,
das orações e leitura da Palavra? Resumido, quando nos convidam a visitar uma
igreja e esta é uma chance que temos de levá-las à nossa igreja como
retribuição à nossa visita, como devemos participar deste culto não bíblico?
Resposta: Esta é uma pergunta difícil. Depende
de onde estamos e onde eles estão na escala. Vinte anos atrás eu passei um período
de um ano no leste europeu. Eu estava ajudando o pastor numa congregação bem
remota na Hungria. Um grupo de garotas estava chegando para um retiro em um
convento católico romano, perto dali. Estas jovens disseram que poderiam
participar do nosso culto naquele dia se no outro dia nós participássemos na
adoração com elas. Nossos jovens e eu pensamos: “Isso parece ser muito bom”. À
noite elas participaram conosco no culto e durante todo o culto pregamos a
graça de Deus. Nenhuma obra, nenhuma obra, nenhuma obra...! Somente Cristo...
Somente Cristo...! Estávamos ali martelando estas verdades. Mas no outro dia,
ao amanhecer, logo pensamos: “Puxa, temos hoje de ir à capela católica romana”.
Então, todos nós fomos lá e nunca vou me esquecer da sensação que tive logo ao
entrar, porque eu tinha de pregar debaixo de um enorme crucifixo dourado. Havia
imagem de Maria, de José e, em todo lugar, havia uma imagem de um santo.
Percebi que havia tomado a decisão errada, pois a Bíblia nos diz que devemos
fugir da idolatria. Então todos devemos nos perguntar: Será que podemos chegar
a este nível de ser assim tão ofensivo a Deus?
Há um versículo que acredito ser relevante aqui:
Mateus 15:8-9 – “Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com
os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me adoram,
ensinando doutrinas que são preceitos dos homens”. Veja que há duas coisas
erradas com este culto. Um culto que não tem coração e não tem ordenanças
(prescrições) divinas. Eles tinham adoração somada às ordenanças dos homens.
Deus está dizendo aqui: “Era melhor fecharem suas bíblias e voltarem para casa
porque sua adoração é vã”. Esta pergunta deve estar sempre em nossas mentes:
“Como isto pode parecer a mim algo muito bom ou lindo?”. Esta não é a pergunta
correta e sim: “Isto é bom aos olhos de Deus?”
FONTE: http://ospuritanos.blogspot.com.br/2011/02/adoracao-reformada-dr.html
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