domingo, 10 de janeiro de 2016

IGREJA EVANGÉLICA PRESBITERIANA DE TUCANO - BA

Na Igreja Presbiteriana Reformada de Tucano você encontra um ambiente acolhedor, amigável e onde a Palavra de Deus fala mais alto. Aqui nós estudamos a Bíblia de forma sistemática e expositiva para alcançarmos todo o conselho de Deus (conf. At 20.27). Em todos os cultos a Palavra é estudada expositivamente, isto é, sequencialmente, pois entendemos que toda a Bíblia é a Palavra de Deus.
Você é bem-vindo. Traga a sua família. Temos classes para adultos e crianças na Escola Dominical, e nas demais reuniões.
As nossas atividades são nos seguintes dias:
Domingo:
  • Culto matinal 09h00min às 09h45min
  • Escola Dominical 09h45min às 11h00min
  • Culto Noturno 19h30min às 21h00min

Quarta-feira: Oração e Estudo da Palavra 19h30min às 21h00min
Sexta-feira: Mensagem expositiva da Palavra de Deus 19h30min.
Sábado: Reunião da Mocidade(MoP) 19:30min às 21h00min

O nosso endereço:
Rua Anelino Gonçalves dos Reis,69 – Bairro: Cruzeiro. Tucano – BA.

Entre em contato conosco:

edmilsonrios@hotmail.com ou ligue (75)99193-4691 (TIM)

PRINCÍPIOS PARA UMA COSMOVISÃO BÍBLICA

Introdução
No Movimento de Jesus de 1960 e 1970, o sinal One way [Mão única] — o dedo indicador levantado — se tomou um ícone popular. Adesivos de pára-choques e alfinetes de lapela com os dizeres One way eram encontrados em toda parte e o slogan se tomou as palavras identificadoras dos evangélicos. O movimento evangélico naqueles dias era extremamente diversificado (De certa forma era ainda mais eclético do que é atualmente). Ele incluía tudo desde o Povo de Jesus, que era parte integral da cultura jovem daquela época, aos fundamentalistas da direita, que desprezavam tudo o que fosse contemporâneo. Contudo, todos tinham pelo menos uma coisa importante em comum: Eles sabiam que Jesus Cristo é o único caminho para o céu. A One way parecia uma crença inabalável de todos os evangélicos. Esse já não é mais o caso. O movimento evangélico da atualidade não está mais unido em torno desse ponto. Alguns que se denominam evangélicos andam insistindo

abertamente que a fé só em Jesus não é o único caminho para o céu. Eles agora estão convencidos que os povos de todas as crenças estarão no céu. Outros simplesmente estão acovardados, constrangidos ou hesitantes em afirmar a exclusividade do evangelho numa época em que o exclusivismo, pluralismo e tolerância são tidos pelo mundo
secular como virtudes supremas. Eles pensam que seria um
tremendo fora cultural declarar que o Cristianismo é a única
verdade e que todas as outras crenças são erradas.
Aparentemente o maior medo que o movimento evangélico
tem hoje em dia é de ser visto como posicionado em desarmonia com o mundo.
Por que se deu essa dramática mudança? Por que o movimento evangélico abandonou aquilo que outrora aceitava como verdade? Eu creio que é porque, em sua busca desesperada pelo relevante e atual (na moda), os líderes da igreja na verdade não conseguiram ver para onde se encaminha o mundo contemporâneo e por quê.
Nós não estamos mais vivendo no mundo moderno. Este é o mundo pós-moderno. E o pós modernismo é tão hostil à verdade do Cristianismo quanto o foi o modernismo — talvez
mais ainda. As questões filosóficas são diferentes, mas a hostilidade do mundo para com a verdade das Escrituras não
diminuiu nem um pouco.
Este não é o momento de se fazer amizade com o mundo. E certamente não é tempo de capitular aos gritos do mundo por pluralismo e inclusivismo. A menos que recuperemos nossa convicção de que Cristo é o único caminho para o céu, o movimento evangélico se tornará cada vez mais fraco e irrelevante. É irônico que tantos que estão demolindo a exclusividade de Cristo, assim fazem porque acreditam que
isso é uma barreira à "relevância". Na verdade, o Cristianismo
não é relevante de modo algum se ele for apenas um dos muitos caminhos para Deus. A relevância do evangelho tem sido sempre sua exclusividade absoluta, sumariada na verdade que só Cristo fez a expiação pelo pecado e, portanto, só Cristo pode fazer a reconciliação com Deus daqueles que creem somente nele.
A igreja primitiva pregou a Cristo crucificado, sabendo que a mensagem era uma pedra de tropeço para os judeus religiosos e loucura para os gregos filósofos (1Co 1.23). Nós precisamos recuperar essa ousadia apostólica. Nós precisamos lembrar que pecadores não são ganhos através de relações públicas bem engendradas, mas o evangelho — uma mensagem inerentemente exclusiva — é o poder de Deus para a salvação.
Este pequeno livro deve ser um lembrete da distinção do evangelho. Justamente esta estreiteza coloca o Cristianismo à parte de qualquer outra cosmovisão. Afinal de contas, o
ponto central do sermão melhor conhecido de Jesus foi declarar que a estrada para a destruição é larga e bem viajada, enquanto que a estrada da vida é tão estreita que poucos a encontram (Mt 7.14). Nossa obrigação como embaixadores de Deus é justamente apontar a estrada tão estreita. Cristo é, ele mesmo, o único caminho para Deus, e obscurecer o fato é, na realidade, negar Cristo e desacreditar o evangelho em si. Devemos resistir à tendência de sermos absorvidos nas modas e modismos do pensamento humano. Nós precisamos enfatizar, não diminuir, o que torna o Cristianismo único. E para fazer isso de modo eficaz nós precisamos ter uma
melhor compreensão de como o pensamento do mundo está ameaçando a sã doutrina na igreja. Devemos ser capazes de apontar exatamente onde a estrada estreita se afasta da
estrada larga.
É para esta finalidade que eu ofereço este pequeno volume. É apenas uma breve resenha, mas minha oração é que ele ajude a estabelecer a verdade do evangelho em contraste claro para com a sabedoria deste mundo. "Ninguém se engane a si mesmo: se alguém dentre vós se tem por sábio neste século, faça-se estulto para se tornar sábio”. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está escrito:
"Ele apanha os sábios na própria astúcia deles" (1Co 3.18,19).
Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. (Jo 14.6)
(Princípios para uma cosmovisão bíblica – John MacArthur. Pg. 04)

A Igreja versus o Mundo

Irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia. (1Jo 3.13)

Por que os evangélicos tentam tão desesperadamente cortejar o favor do mundo? As igrejas planejam seus cultos de adoração para servir aos "sem-igreja". Os produtores cristãos imitam a coqueluche mundana do momento em termos de música e entretenimento. Os pregadores se sentem aterrorizados de que a ofensa do evangelho possa fazer alguém se voltar contra eles; então deliberadamente omitem partes da mensagem que o mundo pode não se agradar. O movimento evangélico parece ter sido sabotado por legiões de falsos especialistas mundanos que estão empenhados em tentar fazer o melhor que podem para convencer o mundo de que a igreja pode ser tão inclusiva, pluralista e de mente aberta quanto a mais politicamente correta pessoa mundana. A busca pela aprovação do mundo é nada mais, nada menos que adultério espiritual. Na verdade, isto é precisamente a imagem que o apóstolo Tiago usou para descrevê-la. Ele escreveu, "Infiéis [NKN: "adúlteros e adúlteras"], não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus" (Tg 4.4). Existe e sempre existiu uma incompatibilidade fundamental, irreconciliável entre a igreja e o mundo. O pensamento cristão é totalmente desarmônico com todas as filosofias da História. A fé genuína em Cristo implica numa negação de todo valor mundano. A verdade bíblica contradiz todas as religiões do mundo. O próprio Cristianismo é, portanto, virtualmente contrário a tudo o que este mundo admira. Jesus disse a seus discípulos, "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhei, por isso, o mundo vos odeia" (Jo 15.18,19).
Observe que o nosso Senhor considerou como certo que o mundo desprezaria a igreja. Longe de ensinar a seus discípulos a que tentassem ganhar o favor do mundo, reinventando o evangelho para se adequar às suas preferências, Jesus expressamente advertiu que a busca pelas aclamações mundanas é uma característica dos falsos profetas: "Ai de vós, quando todos vos louvarem' Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas" (Lc 626). Ele foi mais longe, "Não pode o mundo odiar-vos, mas a mim me odeia, porque eu dou testemunho a seu respeito de que as suas obras são más" (Jo 7.7). Em outras palavras, o desprezo do mundo pelo Cristianismo deriva de motivos morais, não intelectuais: "O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica
o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras" (Jo 3.19,20). É por esta razão que, não importa quão dramaticamente a opinião do mundo possa vir a variar, a verdade cristã não será jamais popular ao mundo. Contudo, virtualmente em toda época da história da igreja, tem havido gente na igreja que está convencida de que a melhor maneira de ganhar o mundo é satisfazer os seus gostos. Tal tipo de abordagem tem sempre sido em detrimento da mensagem do evangelho. As únicas vezes que igreja causou impacto significativo sobre o mundo foi quando o povo de Deus permaneceu firme, se recusou a compactuar e ousadamente proclamou a verdade apesar da hostilidade do mundo. Quando os cristãos se desviam da tarefa de confrontar os enganos do mundo com as impopulares verdades bíblicas, a igreja invariavelmente perde sua influência e impotente se mescla ao mundo. Tanto as Escrituras quanto a História atestam esse fato. E a mensagem cristã simplesmente não pode ser torcida para se conformar com a instabilidade da opinião do mundo.

A verdade bíblica é fixa e constante, não sujeita a mudança ou adaptação. A opinião do mundo, por outro lado, está sempre em fluxo constante. Os vários modismos e filosofias mudam radicalmente e regularmente de geração para geração. A única coisa que permanece constante no mundo é seu ódio por Cristo e seu evangelho. Ao que tudo indica, o mundo não abraçará por muito tempo qualquer das ideologias que estão atualmente em voga. Se a História servir como indicador, quando nossos netos se tomarem adultos a opinião do mundo terá sido dominada por um sistema completamente novo de crenças e um conjunto de valores totalmente diferente. A geração de amanhã renunciará a todas os modismos e filosofias de hoje, mas urna coisa permanecerá imutável: até que o Senhor mesmo volte, seja qual for a ideologia que ganhe popularidade no mundo, ela será tão hostil às verdades bíblicas corno o foram todas as precedentes
(Princípios para uma cosmovisão bíblica – John MacArthur. Pg. 07)

MODERNISMO

Pense no que aconteceu no século passado, por exemplo. Cem anos atrás a igreja estava ameaçada pelo modernismo.
Modernismo era urna cosmovisão baseada na noção de que somente a ciência podia explicar a realidade. O modernista, com efeito, começou com a pressuposição de que nada sobrenatural é real. Deveria ter ficado instantaneamente óbvio que o modernismo e o Cristianismo eram incompatíveis no nível mais básico. Se nada sobrenatural era real, então grande parte da Bíblia seria falsa e sem autoridade; a encarnação de Cristo seria um mito (anulando a autoridade de Cristo também); e todos os elementos sobrenaturais do Cristianismo, incluindo o próprio Deus, teriam de ser totalmente redefinidos em termos naturalistas. O modernismo foi anticristão até à sua medula. Não obstante, a igreja visível no começo do século 20 ficou cheia de gente que estava convencida de que modernismo e Cristianismo podiam e deviam ser conciliados. Eles insistiam que se a igreja não acompanhasse o passo com dos tempos, abraçando o modernismo, o Cristianismo não sobreviveria ao século 20. A igreja se tornaria paulatinamente irrelevante para o povo moderno, eles diziam, e logo desapareceria. Assim sendo, eles inventaram um "evangelho social" desprovido do verdadeiro evangelho da salvação.

Naturalmente, o Cristianismo bíblicosobreviveu o século 20 muito bem, obrigado. Nos lugares onde os cristãos permaneceram comprometidos com a verdade e autoridade das Escrituras, a igreja floresceu, mas, ironicamente, aquelas igrejas e denominações que abraçaram o modernismo foram as que se tornaram pouco a pouco irrelevantes e desapareceram antes do fim do século. Muitos edifícios de pedra, grandiosos, mas quase vazios, dão testemunho da fatalidade da conformação com o modernismo.
(Princípios para uma cosmovisão bíblica – John MacArthur. Pg. 07)

PÓS-MODERNISMO

O modernismo é agora considerado como um modo de pensar do passado. A cosmovisão dominante tanto no círculo secular quanto no acadêmico atualmente é chamada de pós-modernismo. 
Os pós-modernistas têm repudiado a confiança absoluta dos modernistas na ciência como único caminho para a verdade. Na realidade os pós-modernistas perderam completamente o interesse pela "verdade", insistindo que não existe tal coisa como verdade absoluta ou universal. O modernismo era de fato asneira e precisava ser abandonado, mas o pós-modernismo é um passo trágico na direção errada. Ao contrário do modernismo, que estava ainda preocupado com a possibilidade de convicções básicas, crenças e ideologias serem objetivamente verdadeiras ou falsas, o pós-modernismo simplesmente nega que qualquer verdade possa ser objetivamente conhecida. Para o pós-modernista a realidade é o que o indivíduo imagina que seja. Isso significa que o que é "verdadeiro" é determinado subjetivamente por cada um, e não existe tal coisa como a chamada verdade objetiva, com autoridade que governa ou se aplica universalmente a toda humanidade. O pós-modernista acredita naturalmente que não faz sentido debater se a opinião A é superior à opinião B. No final de contas, se a realidade é meramente uma invenção da mente humana a perspectiva de verdade de uma pessoa é afinal tão boa quanto a de outra. Tendo desistido de conhecer a verdade objetiva, o pós-modernista se ocupa em lugar disso, com a busca para "entender" o ponto de vista da outra pessoa. Então as palavras "verdade" e "compreensão" tomam significados radicalmente novos. Ironicamente, "compreensão" requer que primeiro de tudo desacreditemos na possibilidade de conhecer qualquer verdade afinal. E "verdade" se torna nada mais do que uma opinião pessoal, geralmente melhor guardada para si mesmo. Essa é uma exigência essencial, não negociável que o pós-modernismo faz a todo mundo: nós não devemos pensar que conhecemos qualquer verdade objetiva. Os pósmodernistas frequentemente sugerem que toda opinião deveria receber igual respeito. E, portanto, numa visão superficial, o pós-modernismo parece movido por uma preocupação pela mente aberta para se chegar à harmonia e tolerância. Tudo soa muito caridoso e altruísta, mas o que realmente sublinha o sistema de crenças pós-modernistas é uma intolerância total por toda cosmovisão que faça alegações de qualquer verdade universal particularmente o Cristianismo bíblico. 

Em outras palavras, o pós-modernismo começa com uma pressuposição que é irreconciliável com a verdade objetiva, divinamente revelada nas Escrituras. Da mesma forma que o modernismo, o pós-modernismo é fundamental e diametralmente oposto ao evangelho de Jesus Cristo.
(Princípios para uma cosmovisão bíblica – John MacArthur. Pg. 07)

PÓS-MODERNISMO E A IGREJA

Não obstante, a igreja atualmente está cheia de gente que advoga ideias pós-modernistas. Alguns deles fazem isso consciente e deliberadamente, mas a maioria o faz sem querer (Tendo embebido demasiado do espírito dos tempos, eles estão simplesmente regurgitando opiniões do mundo). O movimento evangélico como um todo, ainda se recuperando de sua longa batalha contra o modernismo, não está preparado para um adversário novo e diferente. Muitos cristãos, portanto, não reconheceram ainda o perigo extremo colocado pelo pensamento pós-modernista.
A influência pós-modernista claramente já infecta a igreja. Os evangélicos estão baixando o tom da sua mensagem para que as rígidas alegações de verdades do evangelho não soem tão desagradáveis aos ouvidos pósmodernos. Muitos evitam fazer afirmações inequívocas de que a Bíblia é verdadeira e todos os outros sistemas religiosos do mundo são falsos. Alguns que se intitulam cristãos foram ainda mais longe, determinadamente negando a exclusividade de Cristo e abertamente questionando sua alegação de ser ele o único caminho para Deus. A mensagem bíblica é clara. Jesus disse, "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14.6). O apóstolo Pedro proclamou a uma audiência hostil, " ... não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" (At 4.12). O apóstolo João escreveu, " . quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus" (Jo 3.36). Repetidas vezes as Escrituras enfatizam que Jesus Cristo é a única esperança de salvação para o mundo. " ... há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" (1Tm 2.5). Somente Cristo pode expiar pecados e, portanto, somente Cristo pode dar salvação. " ... o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. “Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida" (1Jo 5.11,12).

Essas verdades são contrárias à doutrina central do pós-modernismo. Elas fazem alegações de verdade exclusivas, universais, declarando ser Cristo o único caminho para o céu e errôneos todos os outros sistemas de crença. Isto é o que as Escrituras ensinam. É o que a igreja verdadeira tem proclamado ao longo de toda sua história. É a mensagem do Cristianismo. E simplesmente não pode ser ajustado para acomodar as sensibilidades pós-modernas. Em vez disso, muitos cristãos simplesmente vão passando por cima das alegações exclusivas de Cristo, debaixo de um silêncio constrangedor. Pior ainda, alguns na igreja — incluindo alguns dos mais conhecidos lideres evangélicos — começaram a sugerir que talvez o povo possa ser salvo fora do conhecimento de Cristo. Os cristãos não podem capitular ao pós modernismo sem sacrificar a essência da nossa fé. A alegação da Bíblia de que Cristo é o único caminho da salvação está certamente em desarmonia com a noção pós-moderna de "tolerância", mas é, no final de contas, exatamente o que a Bíblia claramente ensina. E a Bíblia, não a opinião pós-moderna, é a autoridade suprema para o cristão. Somente a Bíblia deve determinar o que nós cremos e proclamar isso ao mundo. Nós não podemos abrir mão disso, não importa quanto o mundo pós-modernista reclame que nossas crenças fazem de nós pessoas "intolerantes".
(Princípios para uma cosmovisão bíblica – John MacArthur. Pg. 07)

TOLERÂNCIA INTOLERANTE

A veneração da tolerância pelo pós-modernista é uma característica óbvia, mas essa versão da "tolerância" é, na verdade, uma distorção perigosa da verdadeira virtude. Aliás, tolerância nunca é mencionada na Bíblia como uma virtude, exceto no sentido de paciência, longanimidade e mansidão (ver Ef 4.2). De fato, a noção contemporânea de tolerância é um conceito pateticamente fraco comparado ao amor que as Escrituras ordenam aos cristãos que mostrem aos seus inimigos. Jesus disse, "amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam" (Lc 6.27,28; confira os versículos 29-36).
Quando nossos avós falaram de tolerância como uma virtude, eles tinham isso em mente. A palavra então significava respeitar as pessoas e tratá-las com bondade mesmo quando acreditamos que elas estão erradas, mas a noção pós moderna de tolerância significa que nós nunca devemos considerar a opinião de ninguém como errada. A tolerância bíblica é para as pessoas; a tolerância pósmoderna é para ideias.
Aceitar toda crença como igualmente válida dificilmente é uma virtude real, mas é praticamente o único tipo de virtude que o pós-modernismo conhece. As virtudes tradicionais (incluindo humildade, domínio próprio e castidade) são abertamente zombadas e até mesmo consideradas como transgressões, no mundo do pósmodernismo.
Previsivelmente a beatificação da tolerância pósmoderna tem tido seus efeitos desastrosos sobre a verdadeira virtude em nossa sociedade. Nestes tempos de tolerância, o que era proibido passou a ser encorajado. O que era tido como imoral é agora festejado. Infidelidade marital e divórcio foram normalizados. Impureza é o lugar comum. Aborto, homossexualidade e perversões morais de todos os tipos são aclamados por grandes grupos e entusiasticamente promovidos pela mídia popular. A noção pós-moderna de tolerância está sistematicamente virando virtude genuína na cabeça deles.
Praticamente a única coisa a ser rejeitada pela sociedade como maligna é a noção simplória e politicamente incorreta que o estilo de vida, religião, ou perspectiva diferente de outra pessoa é incorreto. Uma exceção notável àquela regra se destaca claramente: os pós-modernistas aceitam a intolerância se for contra aqueles que alegam conhecer a verdade, particularmente os cristãos bíblicos. De fato, aqueles que se proclamam os advogados líderes de tolerância atualmente são frequentemente os oponentes mais declarados do Cristianismo evangélico. Basta dar uma olhada na Internet, por exemplo, e veja o que está sendo dito pelos autoestilizados campeões de tolerância religiosa. O que você vai encontrar é uma grande quantidade de intolerância pelo Cristianismo bíblico. Na verdade, alguns dos materiais mais amargos anticristãos na Internet podem ser encontrados em sites supostamente promovendo a tolerância religiosa.!
Por que isso? Por que o Cristianismo bíblico autêntico depara com tal feroz oposição de pessoas que pensam ser modelos de tolerância? É porque as alegações de verdade das
Escrituras e particularmente as alegações de Jesus de ser o único caminho para Deus — são diametralmente opostos às pressuposições fundamentais da mente pós-moderna. A mensagem cristã representa um golpe fatal à cosmovisão pós-modernista.
Mas se os cristãos se deixam enganar ou são intimidados a suavizar as alegações diretas de Cristo e a alargar o caminho estreito, a igreja não fará qualquer progresso contra o pós-modernismo. Nós precisamos recuperar a distinção do evangelho. Precisamos reconquistar nossa confiança no poder da verdade de Deus. E nós precisamos proclamar com ousadia que Cristo é a única verdadeira esperança para o povo deste mundo. Isso pode não ser o que o povo quer ouvir neste tempo pseudo-tolerante do pós-modernismo, mas é verdade assim mesmo. E precisamente porque é verdade e o evangelho de Cristo é a única esperança para um mundo perdido é que é ainda mais urgente levantarmos acima de todas as vozes de confusão no mundo e dizer desta forma.
O restante deste livro irá examinar seis conceitos chaves que explicam a distinção do Cristianismo. São princípios que totalmente contradizem a sabedoria convencional do pósmodernismo, mas eles são componentes essenciais de uma cosmovisão bíblica. Esses seis princípios, definidos por seis palavras-chave, se elevam uns sobre os outros e se interligam de tal modo que permanecem em pé ou caem juntos. Eles nos dão a estrutura necessária para o pensamento, para entendermos o mundo à nossa volta e para ministrarmos neste tempo pós-moderno.

(Princípios para uma cosmovisão bíblica – John MacArthur. Pg. 07)