Pense no que
aconteceu no século passado, por exemplo. Cem anos atrás a igreja estava
ameaçada pelo modernismo.
Modernismo era
urna cosmovisão baseada na noção de que somente a ciência podia explicar a
realidade. O modernista, com efeito, começou com a pressuposição de
que nada sobrenatural é real. Deveria ter ficado instantaneamente
óbvio que o modernismo e o Cristianismo eram incompatíveis no
nível mais básico. Se nada sobrenatural era real, então grande parte
da Bíblia seria falsa e sem autoridade; a encarnação de Cristo seria um
mito (anulando a autoridade de Cristo também); e todos os elementos
sobrenaturais do Cristianismo, incluindo o próprio Deus, teriam de
ser totalmente redefinidos em termos naturalistas. O modernismo foi
anticristão até à sua medula. Não obstante, a igreja visível no começo do
século 20 ficou cheia de gente que estava convencida de que modernismo
e Cristianismo podiam e deviam ser conciliados. Eles insistiam que se a
igreja não acompanhasse o passo com dos tempos, abraçando o modernismo, o
Cristianismo não sobreviveria ao século 20. A igreja se
tornaria paulatinamente irrelevante para o povo moderno, eles
diziam, e logo desapareceria. Assim sendo, eles inventaram
um "evangelho social" desprovido do verdadeiro evangelho
da salvação.
Naturalmente, o
Cristianismo bíblicosobreviveu o século 20 muito bem, obrigado. Nos
lugares onde os cristãos permaneceram comprometidos com a verdade e
autoridade das Escrituras, a igreja floresceu, mas, ironicamente,
aquelas igrejas e denominações que abraçaram o modernismo foram as
que se tornaram pouco a pouco irrelevantes e desapareceram antes do fim do
século. Muitos edifícios de pedra, grandiosos, mas quase vazios, dão
testemunho da fatalidade da conformação com o modernismo.
(Princípios para uma cosmovisão bíblica – John
MacArthur. Pg. 07)