domingo, 10 de janeiro de 2016

A Igreja versus o Mundo

Irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia. (1Jo 3.13)

Por que os evangélicos tentam tão desesperadamente cortejar o favor do mundo? As igrejas planejam seus cultos de adoração para servir aos "sem-igreja". Os produtores cristãos imitam a coqueluche mundana do momento em termos de música e entretenimento. Os pregadores se sentem aterrorizados de que a ofensa do evangelho possa fazer alguém se voltar contra eles; então deliberadamente omitem partes da mensagem que o mundo pode não se agradar. O movimento evangélico parece ter sido sabotado por legiões de falsos especialistas mundanos que estão empenhados em tentar fazer o melhor que podem para convencer o mundo de que a igreja pode ser tão inclusiva, pluralista e de mente aberta quanto a mais politicamente correta pessoa mundana. A busca pela aprovação do mundo é nada mais, nada menos que adultério espiritual. Na verdade, isto é precisamente a imagem que o apóstolo Tiago usou para descrevê-la. Ele escreveu, "Infiéis [NKN: "adúlteros e adúlteras"], não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus" (Tg 4.4). Existe e sempre existiu uma incompatibilidade fundamental, irreconciliável entre a igreja e o mundo. O pensamento cristão é totalmente desarmônico com todas as filosofias da História. A fé genuína em Cristo implica numa negação de todo valor mundano. A verdade bíblica contradiz todas as religiões do mundo. O próprio Cristianismo é, portanto, virtualmente contrário a tudo o que este mundo admira. Jesus disse a seus discípulos, "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhei, por isso, o mundo vos odeia" (Jo 15.18,19).
Observe que o nosso Senhor considerou como certo que o mundo desprezaria a igreja. Longe de ensinar a seus discípulos a que tentassem ganhar o favor do mundo, reinventando o evangelho para se adequar às suas preferências, Jesus expressamente advertiu que a busca pelas aclamações mundanas é uma característica dos falsos profetas: "Ai de vós, quando todos vos louvarem' Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas" (Lc 626). Ele foi mais longe, "Não pode o mundo odiar-vos, mas a mim me odeia, porque eu dou testemunho a seu respeito de que as suas obras são más" (Jo 7.7). Em outras palavras, o desprezo do mundo pelo Cristianismo deriva de motivos morais, não intelectuais: "O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica
o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras" (Jo 3.19,20). É por esta razão que, não importa quão dramaticamente a opinião do mundo possa vir a variar, a verdade cristã não será jamais popular ao mundo. Contudo, virtualmente em toda época da história da igreja, tem havido gente na igreja que está convencida de que a melhor maneira de ganhar o mundo é satisfazer os seus gostos. Tal tipo de abordagem tem sempre sido em detrimento da mensagem do evangelho. As únicas vezes que igreja causou impacto significativo sobre o mundo foi quando o povo de Deus permaneceu firme, se recusou a compactuar e ousadamente proclamou a verdade apesar da hostilidade do mundo. Quando os cristãos se desviam da tarefa de confrontar os enganos do mundo com as impopulares verdades bíblicas, a igreja invariavelmente perde sua influência e impotente se mescla ao mundo. Tanto as Escrituras quanto a História atestam esse fato. E a mensagem cristã simplesmente não pode ser torcida para se conformar com a instabilidade da opinião do mundo.

A verdade bíblica é fixa e constante, não sujeita a mudança ou adaptação. A opinião do mundo, por outro lado, está sempre em fluxo constante. Os vários modismos e filosofias mudam radicalmente e regularmente de geração para geração. A única coisa que permanece constante no mundo é seu ódio por Cristo e seu evangelho. Ao que tudo indica, o mundo não abraçará por muito tempo qualquer das ideologias que estão atualmente em voga. Se a História servir como indicador, quando nossos netos se tomarem adultos a opinião do mundo terá sido dominada por um sistema completamente novo de crenças e um conjunto de valores totalmente diferente. A geração de amanhã renunciará a todas os modismos e filosofias de hoje, mas urna coisa permanecerá imutável: até que o Senhor mesmo volte, seja qual for a ideologia que ganhe popularidade no mundo, ela será tão hostil às verdades bíblicas corno o foram todas as precedentes
(Princípios para uma cosmovisão bíblica – John MacArthur. Pg. 07)