segunda-feira, 28 de abril de 2014

RELAÇÃO ENTRE AS OPERAÇÕES GERAIS E AS OPERAÇÕES ESPECIAIS DO ESPÍRITO SANTO

 Há certa semelhança entre as operações gerais e as operações especiais do Espírito Santo. Com as Suas operações gerais, Ele origina, mantém, fortalece e dirige toda sorte de vida – orgânica, moral e intelectual. Ele o faz de diferentes maneiras e em harmonia com os objetos envolvidos. Algo similar se pode dizer da Sua operação especial. Também na esfera redentora Ele origina a nova vida, capacita-a a frutificar, dirige-a em seu desenvolvimento e a leva ao seu destino. Mas, a respeito da sua similaridade, há, não obstante, uma diferença essencial entre as operações do Espírito Santo na esfera da criação e Suas operações na esfera da redenção ou re-criação. Naquelas, Ele origina, mantém, desenvolve e guia a vida da criação natural, restringe no presente a influência deteriorante e devastadora do pecado nas vidas dos homens e da sociedade, e capacita os homens a manterem certa ordem e decoro em sua vida comunitária, a fazer o que é exteriormente bom e reto em suas relações uns com os outros e a desenvolver os talentos de que foram dotados na criação. Nestas, por outro lado, Ele origina, mantém, desenvolve e guia nova vida, que nasce do Alto, é nutrida do Alto e será aperfeiçoada no Alto – vida celestial, em princípio, embora vivida na terra. Com a sua operação especial, o Espírito Santo sobrepuja e destrói o poder do pecado, renova o homem à imagem de Deus e o capacita a prestar obediência espiritual a Deus, a ser sal da terra, a luz do mundo e um fermento espiritual em todas as esferas da vida. Se bem que a obra que o Espírito Santo realiza na esfera da criação tem, sem dúvida, certa significação independente, todavia, está subordinada à obra de redenção. A vida completa dos eleitos, incluindo a que precede ao seu novo nascimento, é determinada e governada por Deus, com vistas ao seu destino final. Sua vida natural é ordenada de modo tal que, quando renovada, corresponde ao propósito de Deus.

(Teologia Sistemática – Louis Berkhof. Pg. 421)