Há certa
semelhança entre as operações gerais e as operações especiais do Espírito
Santo. Com as Suas operações gerais, Ele origina, mantém, fortalece e dirige
toda sorte de vida – orgânica, moral e intelectual. Ele o faz de diferentes
maneiras e em harmonia com os objetos envolvidos. Algo similar se pode dizer da
Sua operação especial. Também na esfera redentora Ele origina a nova vida,
capacita-a a frutificar, dirige-a em seu desenvolvimento e a leva ao seu
destino. Mas, a respeito da sua similaridade, há, não obstante, uma diferença
essencial entre as operações do Espírito Santo na esfera da criação e Suas
operações na esfera da redenção ou re-criação. Naquelas, Ele origina, mantém,
desenvolve e guia a vida da criação natural, restringe no presente a
influência deteriorante e devastadora do pecado nas vidas dos homens e da
sociedade, e capacita os homens a manterem certa ordem e decoro em sua vida
comunitária, a fazer o que é exteriormente bom e reto em suas relações uns com
os outros e a desenvolver os talentos de que foram dotados na criação. Nestas,
por outro lado, Ele origina, mantém, desenvolve e guia nova vida, que
nasce do Alto, é nutrida do Alto e será aperfeiçoada no Alto – vida celestial,
em princípio, embora vivida na terra. Com a sua operação especial, o Espírito
Santo sobrepuja e destrói o poder do pecado, renova o homem à imagem de Deus e
o capacita a prestar obediência espiritual a Deus, a ser sal da terra, a luz do
mundo e um fermento espiritual em todas as esferas da vida. Se bem que a obra
que o Espírito Santo realiza na esfera da criação tem, sem dúvida, certa
significação independente, todavia, está subordinada à obra de redenção. A vida
completa dos eleitos, incluindo a que precede ao seu novo nascimento, é determinada
e governada por Deus, com vistas ao seu destino final. Sua vida natural é
ordenada de modo tal que, quando renovada, corresponde ao propósito de Deus.
(Teologia Sistemática –
Louis Berkhof. Pg. 421)