segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O MINISTÉRIO ORDINÁRIO DE BENEFICÊNCIA DA IGREJA

Claramente o Senhor tencionava que a igreja cuidasse dos pobres. Ele fez alusão a este dever quando disse aos Seus discípulos: “Porque os pobres sempre os tendes convosco”, Mt 26.11; Mc 14.7. Por meio de uma comunhão de bens, a Igreja Primitiva providenciou para que a ninguém faltasse nada do necessário para a vida, At 4.34. não é impossível que os neoteroi (moços) de At 5.6, 10 fossem os precursores dos diáconos posteriores. E quando as viúvas dos gregos estavam sendo negligenciadas na ministração diária, os apóstolos providenciaram para que sete homens bem qualificados fossem encarregados daquele serviço necessário, At 6.1-6. Eles deviam “servir às mesas”, o que parece significar, neste contexto, superintender o atendimento às mesas dos pobres, ou providenciar uma divisão eqüitativa das provisões que eram postas nas mesas. Diáconos e diaconisas são mencionados repetidamente na Bíblia, Rm 16.1; Fp 1.1; 1 Tm 3.8-12. Além disso, o Novo Testamento contém muitas passagens que instam sobre a necessidade de se fazerem ofertas ou coletas para os pobres, At 20.35; 1 Co 16.1, 2; 2 Co 9.1, 6, 7, 12-14; Gl 2.10; 6.10; Ef 4.28; 1 Tm 5.10, 16; Tg 1.27; 2.15, 16; 1 Jo 3.17. Não pode haver dúvida quanto ao dever da igreja nesta questão. E os diáconos são os oficiais incumbidos da responsabilizante e delicada tarefa de realizar o trabalho da beneficência cristã com referência a todos os necessitados da igreja. Cabe-lhes planejar métodos e meios para coletar os necessários fundos, devem responsabilizar-se pelo dinheiro coletado, e devem providenciar a sua prudente distribuição. Contudo, o seu trabalho não se limita a este oferecimento de auxílio material. Eles devem também instruir e consolar os necessitados. Em todo o seu trabalho, eles devem considerar seu dever aplicar os princípios espirituais quando estão dando cumprimento ao seu dever. É de temer que, lamentavelmente, esta função esteja sendo negligenciada em muitas igrejas hoje. Há a tendência de partir da suposição de que se pode deixar que o estado supra as necessidades até dos pobres da igreja. Mas, ao agir com base nesse pressuposto, a igreja negligencia um dever agrado, empobrece a sua vida espiritual, priva-se da alegria que se experimenta ao atender às necessidades dos que padecem carência, e priva os que estão passando por dificuldades, os que se vêem em condições deprimentes, e os que muitas vezes caem no mais completo desânimo, da consolação, da alegria e do fulgor das ministrações do amor cristão, em regra inteiramente alheias às obras de caridade administradas pelo estado.
QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA: 1. Como diferem as concepções reformada (calvinista) e luterana de Cristo como Cabeça da Igreja? 2. O Velho Testamento contém alguma indicação de que Cristo é o Rei da igreja? 3. Quais sistemas de governo eclesiástico negam ou desacreditam a chefia ou realeza de Cristo? 4. Como a chefia de Cristo afeta a relação da igreja com o estado, a liberdade religiosa e a liberdade de consciência? 5. A Doutrina de que o poder da igreja é exclusivamente espiritual é compatível com o romanismo e com o erastianismo? 6. Como o poder da igreja é superestimado pelos homens da Alta Igreja e subestimado pelos da Baixa Igreja de vários tipos?* 7. Como os independentes** vêem o poder dos oficiais? 8. De que modo é limitado o poder da igreja? 9. Qual o fim colimado no exercício do poder da igreja? 10. Que se pretende da igreja em Mt. 18.17? 11. A chave da disciplina proíbe somente a participação nos privilégios externos da igreja , ou também num interesse espiritual, em Cristo? 12. Por quem e como a disciplina é exercida nas igrejas Católica Romana, Anglicana, Metodista e Congregacional? 13. A igreja pode descartar-se da disciplina sem risco?
BIBLIOGRFIA PARA CONSULTA: Bavinck, Geref. Dogm. IV, p. 425-482; Kuyper, Dict. Dogm., de Ecclesia, p. 268-293; id., Tractaat van de Reformatic der Kerken, p. 41-69; Bannerman, The Church I, p. 187-480; II, p. 186-200; Hodge, Church Polity, cf. Índice; Morris, Ecclesiology, p. 143-151; Wilson, Free Church Principles; McPherson, The Doctrine of the Church in Scottish Theology, p. 129-224; Gillespie, Aarron’s Rod Blossoming; ibid., On Ceremonies; Bouwman, De Kerkelijke Tucht; Jansen, De Kerkelijke Tucht; Biesterveld, Van Lonkhuizen, e Rudolph, Het Diaconaat; Bouwman, Het Ambt der Diakenen; Litton, Introd. To Dogm. Theol., p. 394-419; Schmid, Doct. Theol.of the Ev. Luth. Chruch, p. 607-621; Wilmers, Handbook of the Chr. Rel., p. 77-101; Cunningham, Discussions of Church Principles; ibid., Historical Theology II, p. 514-587; McPherson, Preesbyterianism.
(Berkhof, L – Teologia Sistemática Pg. 604)



* Da Igreja Anglicana. Nota do tradutor
** Isto é, as igrejas livres, não sujeitas às igrejas oficiais ou estabelecidas, principalmente da Inglaterra e da Escócia. Nota do tradutor.