quarta-feira, 20 de março de 2013

AS MARCAS DA IGREJA EM GERAL

a. A necessidade destas marcas. Sentia-se pouca necessidade destas marcas quando a igreja era claramente uma só. Mas, quando surgiram as heresias, tornou-se necessário indicar certas mudanças pelas quais se pudesse reconhecer a igreja verdadeira. A consciência desta necessidade já estava presente na Igreja Primitiva, foi naturalmente menos perceptível na Idade Média, e se tornou muito forte no tempo da Reforma. Nesse tempo, a única igreja existente não só foi dividida em duas grandes partes, mas o próprio protestantismo se dividiu em diversas igrejas e seitas.* Resultou que se sentiu crescentemente que era necessário indicar algumas marcas pelas quais se pudesse distinguir a igreja verdadeira da falsa. O próprio fato da Reforma prova que os Reformadores, sem negarem que Deus sustenta a Sua igreja, ficaram intensamente conscientes do fato de que uma incorporação empírica da igreja pode estar sujeita a erro, pode extraviar-se da verdade e pode degenerar totalmente. Eles pressupunham a existência de um padrão da verdade ao qual a igreja deve corresponder, e reconheciam esse padrão na Palavra de Deus.
(Berkhof, L – Teologia Sistemática Pg.575)


* Ao que parece, Berkhof tem em mente o mundo ocidental, uma vez que omite a referência às igrejas ortodoxas, resultantes de uma cisão do romanismo anterior à Reforma protestante do século XVI. Nota do tradutor.