quarta-feira, 20 de março de 2013

CONCEPÇÕES HISTÓRICAS DO REINO

Para os chamados pais primitivos da igreja, o reino de Deus, o bem supremo, é considerado primariamente como uma entidade futura, a meta do presente desenvolvimento da igreja. Alguns deles o consideravam como o vindouro governo milenário do Messias, apesar de que a história não dá suporte às pretensões exageradas de alguns escritores premilenistas sobre o número deles. Agostinho via o Reino como uma realidade presente e identificada com a igreja. Para ele o Reino se identifica primordialmente com os piedosos e santos, isto é, com a igreja como uma comunidade de crentes; mas ele empregava algumas expressões que parecem indicar que também o via incorporado na igreja organizada episcopalmente. A Igreja Católica Romana identificava francamente o reino de Deus com a sua instituição hierárquica, mas os Reformadores recuperaram o conceito de que, nesta dispensação, ele se identifica. Com a igreja invisível. Sob a influencia de Kant, e principalmente de Ritschl, ele foi despojado do seu caráter religioso e veio a ser considerado como um reino ético de fins. Atualmente, muitas vezes é definido como um novo princípio introduzido na sociedade e destinado a transforma-la em todas as suas relações, ou como a organização moral da humanidade mediante ação decorrente da motivação do amor – o fim, último da criação.
(Berkhof, L – Teologia Sistemática Pg.568)