Somente
Deus ode ser considerado o Autor da conversão. Este é o ensino claro da
Escritura. No Sl 85.4 o poeta ora: “Restabelece-nos, ó deus da nossa salvação”,
e em Jr 31.18 Efraim ora: “Converte-me, e serei convertido”. Encontra-se uma
oração parecida em Lm 5.21. Em At 11.18 Pedro chama a atenção para o fato de
que Deus concedeu aos gentios arrependimento para a vida. Uma declaração
similar acha-se em 2 Tm 2.25. Há uma dupla operação de Deus na conversão dos
pecadores, uma de natureza moral e a outra hiperfísica. Em geral se pode dizer
que Ele produz o arrependimento por meio da lei, Sl 19.7; Rm 3.20, e a fé por
meio do Evangelho, Rm 10.17. Contudo, não podemos separar estes dois elementos,
pois a Lei também contém uma apresentação do Evangelho, e o Evangelho confirma
a Lei e nos ameaça com os seus terrores, 2 Co 5.11. Mas Deus também age de
maneira imediata e hiperfísica na conversão. O novo princípio da vida
implantado no homem regenerado não redunda em ação consciente por seu próprio
poder inerente, mas unicamente pela influência iluminadora e frutificativa do
Espírito Santo. Cf. Jo 6.44; Fp 2.13. Ministrar outro ensino é acompanhar o
luteranismo e o arminianismo.
(Teologia Sistemática – Louis Berkhof. Pg. 488)