Naturalmente, só os filhos
pequenos dos crentes são os objetos próprios do batismo de crianças. Todavia, o
círculo tem-se ampliado de várias maneiras. (1) Os católicos romanos e os
ritualistas da Igreja Anglicana partem da suposição de que o batismo é
absolutamente essencial para a salvação, visto comunicar uma graça que, segundo
eles, não pode ser obtida doutro modo. Daí, consideram seu dever batizar todas
as crianças ao seu alcance, sem inquirir coisa alguma quanto à condição
espiritual dos seus pais. (2) Alguns chamam a atenção para o fato de que a
promessa se aplica aos pais, aos filhos e aos filhos dos filhos, até à milésima
geração, Sl 105.7-10; Is 59.21; At 2.39. Em vista destas promessas, eles
sustentam que as crianças cujos pais deixaram a igreja, não perderam por isso
os seus privilégios como filhos da aliança. (3) Existem aqueles que
exteriorizam a aliança, comensurando-a com o estado numa igreja-estado. Uma
criança inglesa tem, nessa qualidade, igual direito ao batismo e à proteção do
estado, independentemente da questão se os pais são crentes ou não. (4) Alguns
assumiram a posição segundo a qual o fato de os pais serem batizados assegura
aos seus filhos o direito ao batismo. Eles consideram a relação pessoal dos
pais com a aliança como deveras insubstancial. Ocasionalmente as igrejas agiam
em função desse princípio, e finalmente abrigaram uma classe de membros que não
assumiam pessoalmente a responsabilidade da aliança, e, todavia, buscavam o
selo da aliança para os seus filhos. Na Nova Inglaterra isto se tornou
conhecido como aliança do meio caminho. (5) Finalmente, tem-se aplicado o
princípio da adoção, com o fim de se obter batismo para crianças que doutro
modo não teriam direito de recebe-lo. Se os pais não eram aptos ou não estavam
dispostos a garantir a educação cristã dos seus filhos, outros podiam
apresentar-se para garanti-la. Buscava-se a principal base para isto em Gl
17.12.
QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA: 1. Quais os diferentes
sentidos da palavra bapto, baptizo e louesthai? 2. João Batista batizava
por imersão? 3. O eunuco (At 8.38,39) foi batizado desse modo? 4. O Novo
Testamento acentua nalgum lugar a necessidade de um modo particular de batismo?
5. A
doutrina do pedobatismo é bíblica? 6. Sua veracidade alguma vez foi questionada
antes da Reforma? 7. Que explica o surgimento da negação anabatista ao tempo da
Reforma? 8. Qual é o conceito batista da aliança com Abraão? 9. Como eles
explicam Rm 4.11? 10. Que dizem os nossos padrões confessionais quanto à base
sobre a qual se batizam crianças? 11. Qual é a posição de Calvino com relação à
base sobre a qual se batizam tanto crianças como adultos? 12. Que perigos
práticos estão ligados à doutrina da regeneração presuntiva? 13. Que dizer da
posição de Dabney segundo a qual o batismo é um sacramento para o pai e
igualmente para o filho?
BIBLIOGRAFIA PARA CONSULTA: Bavinck, Geref. Dogm. IV,
p. 543-590; Kuyper, Dict. Dogm., De Sacramentis, p. 82-157; id., E
Voto II, p. 499-566; III, p. 5-68; Hodge, Syst.Theol. III, p.
526-611; Dabney, Syst. and Polem. Theol., p. 728-799; Dick, Theology,
Lectures LXXXVIII – LXXXIX; Litton, Introd. To Dogm. Theol., p.
444-464; Vos, Geref. Dogm., DeGenademiddelen, p. 36-134; ibid., De
Verbondsleer in de Geref. Theol..; Strong, Syst. Theol., p. 930-959;
Hovey, Manual of Theol. and Ethics, p. 312-333; Pieper, Christl.
Dogm. III, p. 297-339; Schimid, Doct. Theol. of the Ev. Luth. Church, p.
540-558; Valentine, Chr. Theol. II, p.305-335; Mueller, Chr. Dogm.,
p. 486-505; Wilmers, Handbook of the Chr. Rel., p. 314-322; Schaff, Our
Father´s Faith and Ours, p. 315-320; Pope, Chr. Theol. III, p.
311-324; Lambert, The Sacraments in the New Testament, p. 36-239;
Wilson, On Infant Baptism; Carson, on Baptism; Ayres, Christian
Baptism; Seiss, The Baptist System Examined; Armstrong, The
Divine Life in the Church; White, Why Are Infants Baptized; Bannerman,
The Church of Christ II, p. 42-127; Kramer, Het Verband tusschen Doop
en Wedergeboorte; Wall, History of Infant Baptism; Wielenga, Ons
Doopsformulier; Schenck, The Presbyterian Doctrine of Children in the
Covenant.
(Berkhof,
L. – Teologia Sistemática Pg647)