terça-feira, 9 de outubro de 2012

A SEGUNDA VINDA DE CRISTO - A DATA

1. DATA DA SEGUNDA VINDA. Não se sabe a ocasião exata da vinda do Senhor, Mt 24.36, e todas as tentativas dos homens para determinar a data exata evidenciaram-se errôneas. A única coisa que se pode dizer com certeza, com base na Escritura, é que Cristo voltará no fim do mundo. Os discípulos perguntaram ao Senhor: “que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século”?, Mt 24.3. Eles ligaram os dois fatos, e de nenhum modo o Senhor deu a entender que isso é um erro, mas, ao contrário, admitiu em Seu discurso que está certo. Cristo apresenta os dois fatos em sincronia, em Mt 24.29-31, 35-44; comp. Mt 13.39, 40. Paulo e Pedro também falam dos dois como coincidentes, 1 Co 15.23, 24; 2 Pe 3.4-10. Um estudo dos concomitantes da segunda vinda leva ao mesmo resultado. A ressurreição dos santos será um dos concomitantes 1 Co 15.23; 1 Ts 4.16, e Jesus nos assegura que Ele os ressuscitará no ultimo dia, Jo 6.39, 30, 44, 54. De acordo com Thayer, Cremer-Koegel, Walker, Salmond, Zahn e outros, isto só pode significar o dia da consumação – o fim do mundo. Outro dos seus concomitantes será o julgamento do mundo, Mt 25.31-46, particularmente, também, o julgamento dos ímpios, 2 Ts 1.7-10, que os premilenistas colocam no fim do mundo. E, finalmente, junto com a segunda vinda ocorrerá a restauração de todas as coisas, At 3.20,21.
A forte expressão “restauração de todas as cousas” é forte demais para referir-se a algo menos que o perfeito restabelecimento do estado de coisas anterior à queda do homem. Ela indica o restabelecimento de todas as coisas à sua condição antiga, e isto não se verá no milênio dos premilenistas. Até o pecado e a morte continuarão a destruir as suas vítimas durante aquele período.[1] Como foi assinalado acima, várias coisas terão que ocorrer antes do retorno do Senhor. Deve-se ter isto em mente ao se fazer a leitura das passagens que falam da vinda do Senhor ou dos últimos dias como próximos, Mt 16.28; 24.34; Hb 10.25; Tg 5.9; 1 Pe 4.5; 1 Jo 2.18. Elas encontram sua explicação, em parte no fato de que, considerada na perspectiva de Deus, para quem um dia é como mil anos, e mil anos como um dia, a vinda sempre está próxima; em parte, na apresentação que a Bíblia faz dos tempos do Novo testamento como constituindo os últimos dias ou os últimos tempos; em parte, no fato de que o Senhor, ao falar da Sua vinda, nem sempre tem em mente o Seu regresso físico no fim dos tempos, mas pode referir-se à Sua vinda no Espírito Santo; e em parte, no característico escorço profético, em que não se faz clara distinção entre a vinda próxima do Senhor, na destruição de Jerusalém, e Sua vinda final, para julgar o mundo. Várias seitas muitas vezes têm feito para fixar a data exata da segunda vinda, mas essas tentativas sempre são enganosas. Jesus disse explicitamente: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai”, Mt 24.36. A declaração a respeito do Filho provavelmente significa que este conhecimento não estava incluído na revelação que Ele, na qualidade de Mediador, tinha que realizar.
(Berkhof, L – Teologia Sistemática Pg708)



[1] Cf. Thayer, Cremer-Koegel, Weiss, Bib. Theol. of the N.T., p. 194, nota.