terça-feira, 9 de outubro de 2012

Os grandiosos Eventos que Precederão a Parousia

De acordo com a Escritura, importantes eventos deverão ocorrer antes do retorno do Senhor, e, portanto, não se lhe pode chamar iminente. À luz da Escritura, não de pode afirmar que não há eventos preditos que ainda não devam acontecer antes da segunda vinda. Como se poderia esperar em vista do que foi dito na seção anterior, Frost, a despeito do seu dispensacionalismo, rejeita a doutrina da iminência. Ele prefere falar da vinda de Cristo como “impendente”. Acha-se apoio para a doutrina da iminência da volta de Cristo nas declarações bíblicas de que Cristo virá “dentro de pouco tempo”, Hb 10.37; ou “sem demora”, Ap 22.7; nas exortações para que vigiemos e esperemos por Sua vinda, Mt 24.42; 25.13; Ap 16.15; e no fato de que a Escritura condena a pessoa que diz, “Meu Senhor demora-se” (ou, “retarda a sua vinda”), Mt 24.48. De fato Jesus ensinava que a Sua vinda estava próxima, porém isto não é o mesmo que ensinar que era iminente.
Em primeiro lugar, deve-se ter em mente que, ao falar de Sua vinda, Ele nem sempre está pensando na vinda escatológica. Às vezes Ele se refere à Sua vinda em poder espiritual no dia de Pentecoste; às vezes à Sua vinda em julgamento, na destruição de Jerusalém. Em segundo lugar, Ele e os apóstolos nos ensinam que terão que ocorrer vários eventos importantes antes do Seu retorno físico no ultimo dia, Mt 24.5-14, 21, 22, 29-31; 2 Ts 2.2-4. Portanto, Cristo não poderia descrever com muita propriedade a Sua vinda como iminente. Também é evidente que, quando Ele falava da Sua vinda como próxima, não tencionava retrata-la como imediatamente às portas. Na parábola dos talentos Ele ensina que o senhor dos servos voltou para ajustar contas com eles “depois de muito tempo”, Mt 25.19. e a parábola dos talentos foi contada justamente com o propósito de corrigir a noção de “que o reino de Deus havia de manifestar-se imediatamente”, Lc 19.11. Na parábola das dez virgens se faz referência à demora do noivo – “tardando o noivo”, Mt 25.5. Isso está em harmonia com o que Paulo diz em 2 Ts 2.2. Pedro predisse surgiriam escarnecedores dizendo: “Onde está a promessa da sua vinda?” (ou, na versão utilizada pelo Autor, “onde está o dia da sua vinda?”). E ensina os seus leitores a compreenderem as predições da proximidade da segunda vinda conforme o ponto de vista divino, segundo o qual um dia é como mil anos, e mil anos como um dia, 2 Pe 3.3-9. Ensinar que Jesus considerava a segunda vinda como imediatamente às portas seria dizer que Ele errou, visto que já se passaram quase dois mil anos desde aquele tempo.
Agora, pode-se levantar a questão: Como então podemos ser concitados a velar pela vinda? Jesus nos ensina em Mt 24.32, 33 a vigiar por Sua vinda pelos sinais: “quando virdes todas estas cousas, sabei que está próximo, às portas”. Além disso, não precisamos interpretar a exortação à vigilância como uma exortação a esquadrinhar os céus em busca de sinais imediatos do aparecimento do Senhor. Antes, devemos ver nela uma admoestação para estarmos despertos, alerta, preparados, ativos na realização da obra do Senhor, para não sermos surpreendidos por repentina calamidade. Os seguintes eventos grandiosos devem preceder a vinda do Senhor.
(Berkhof, L – Teologia Sistemática Pg701)