terça-feira, 9 de outubro de 2012

INDICAÇÕES ESCRITURÍSTICAS QUANTO À OCASIÃO DA RESSURREIÇÃO

Segundo a Escritura, a ressurreição dos mortos coincidirá com a paurosia, com a revelação do dia do Senhor e com o fim do mundo, e precederá imediatamente o juízo geral e final. A Bíblia certamente não favorece as distinções premilenistas a respeito desta doutrina. Em diversos lugares ela apresenta a ressurreição dos justos e a dos ímpios como contemporâneas, Dn 12.2; Jo 5.28, 29; At 24.15; Ap 20.13-15. Todas essas passagens falam da ressurreição como um único evento, e não contêm a mais ligeira indicação de que a ressurreição dos justos e a dos ímpios estarão separadas por um período de mil anos.
Mas isto não é tudo que se pode dizer em favor da idéia de que ambas coincidem. Em Jo 5.21-29 Jesus combina o pensamento sobre a ressurreição, incluindo a ressurreição dos justos, com o pensamento sobre o juízo, incluindo o juízo dos ímpios. Alem disso, 2 Ts 1.7-10 apresenta claramente a paurosia (versículo 10), a revelação (vers. 7) e o juízo dos ímpios (vers. 8 e 9) como coincidentes. Se não for este caso, a língua terá perdido o seu sentido. Ademais, a ressurreição dos crentes está ligada diretamente à segunda vinda do Senhor em 1 Co 15.23; Fp 3.20, 21 e 1 Ts 4.16, mas também é apresentada como ocorrendo no fim do mundo, Jo 6.39, 40, 44, 54, ou no último dia. Quer dizer que os crentes serão ressuscitados no ultimo dia, e que o ultimo dia é também o dia da vinda do Senhor. Sua ressurreição não precederá o fim por um período de mil anos. Felizmente, há vários premilenistas que não aceitam a teoria de três ressurreições, mas que, não obstante, apegam-se à doutrina de duas ressurreições.
(Berkhof, L – Teologia Sistemática Pg730)