Os antinomianos afirmavam
que a justificação do pecador aconteceu na eternidade ou na ressurreição de
Cristo. Eles a confundiam, quer com o decreto eterno de eleição, quer com a
justificação objetiva de Cristo., quando Ele ressurgiu dos mortos. Eles não
distinguiam acertadamente entre o propósito divino na eternidade e sua execução
no tempo, nem entre a obra de Cristo, em que Ele obteve as bênçãos da redenção,
e a do Espírito Santo, na aplicação delas. Segundo esta posição, somos
justificados antes de crermos, embora inconscientes disto, e a fé apenas nos
transmite a declaração deste fato. Além disso, o fato de que os nossos pecados
foram imputados a Cristo faz dele pessoalmente um pecador, e a imputação da Sua
justiça a nós faz-nos pessoalmente justos, de modo que Deus não pode ver
absolutamente nenhum pecado nos crentes. Alguns teólogos reformados também
falam de uma justificação desde a eternidade, mas, ao mesmo tempo, recusam-se a
subscrever a elaboração antinomiana desta doutrina. As bases sobre as quais
eles acreditam numa justificação desde a eternidade merecem breve consideração.
(Teologia Sistemática –
Louis Berkhof Pg. 518)