Há somente três conceitos fundamentalmente
diferentes a considerar, e todos os demais são modificações destes.
1.
A VONTADE HUMANA. De acordo com a concepção
pelagiana, a regeneração é unicamente um ato da vontade humana, e é
praticamente idêntica à auto-reforma. Com algumas diferenças ligeiras, este é o
conceito da teologia “liberal” moderna. Uma modificação deste conceito é a dos
semipelagianos e arminianos, que a consideram, ao menos em parte, como um ato
do homem, cooperando com influências divinas aplicadas mediante a verdade. Esta
é uma teoria sinergista da regeneração. Estes dois conceitos envolvem uma
negação da depravação total do homem, tão claramente ensinada na Palavra de
Deus, Jo 5.42; Rm 3.9-18; 7.18,23; 8.7; 2 Tm 3.4, e da verdade bíblica de que é
Deus que inclina a vontade do homem, Rm 9.16; Fp 2.13.
2.
A VERDADE. Segundo este conceito, a verdade,
como um sistema de motivos, apresentada à vontade humana pelo Espírito Santo, é
a causa imediata da mudança da impureza para a santidade. Esta era a idéia de
Lyman Beecher e de Charles G. Finney. Este conceito presume que a obra do
Espírito Santo difere da do pregador apenas em grau. Ambos agem somente pela
persuasão. Mas esta teoria é inteiramente insatisfatória. A verdade só poderá
ser um motivo para a santidade se for amada, e o homem natural não ama a
verdade, mas a odeia, Rm 1.18,25. Conseqüentemente, a verdade, apresentada externamente,
não pode ser a causa eficiente da regeneração.
3. O ESPÍRITO SANTO. O único conceito
adequado é o da igreja de todos os séculos, de que o Espírito Santo é a causa
eficiente da regeneração. Significa que o Espírito Santo age diretamente no
coração do homem e muda sua condição espiritual. Não há nenhuma cooperação do
pecador nesta obra. É obra do Espírito Santo, direta e exclusivamente, Ez
11.19; Jo 1.13; At 16.14; Rm 9.16; Fp 2.13. Então, a regeneração deve ser
concebida monergisticamente. Só Deus age, e o pecador não participa em nada
desta ação. Isto, naturalmente, não significa que o homem não coopera com o
Espírito de Deus nos estágios posteriores da obra de redenção. É mais que
evidente na Escritura que o faz.
(Teologia Sistemática – Louis Berkhof. Pg. 471)