quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A União Mística

Calvino repetidamente expressa a idéia de que o pecador não poderá participar dos benefícios da obra redentora de Cristo, se não estiver em união com Ele, e, assim, dá ênfase a uma importante verdade. Assim como Adão foi a cabeça representativa da velha humanidade, Cristo é a Cabeça representativa da nova humanidade. Todas as bênçãos da aliança da graça dimanam dele, em Sua qualidade de Mediador da aliança. Mesmo a primeira bênção da graça salvadora de Deus que recebemos, já pressupõe uma união com a Pessoa do Mediador. É exatamente neste ponto que vemos uma das mais características diferenças existentes entre as operações e bênçãos da graça especial e as da graça comum. Aquelas só podem ser recebidas e desfrutadas por aqueles que se acham em união com Cristo, enquanto que estas também podem ser, e são, desfrutadas por aqueles que não são contados com Cristo e, portanto, não estão unidos a Ele. Toda bênção espiritual que os crentes recebem promanam de Cristo para eles. Daí, quando Jesus falava do Paráclito que havia de vir, pode dizer aos Seus discípulos: “Ele me glorificará porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar”, Jo 16.14. Subjetivamente, a união entre Cristo e os crentes é efetuada pelo Espírito Santo de maneira misteriosa e sobrenatural, razão pela qual é geralmente denominada unio mystica, ou união mística.

(Teologia Sistemática – Louis Berkhof. Pg. 443)